IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Bolsa cai e dólar sobe com aversão a risco e pesquisas eleitorais

10/10/2014 13h59

O mau humor nos mercados financeiros globais chegou a ser mais intenso durante a manhã desta sexta-feira, e as bolsas de valores americanas ensaiam uma recuperação, depois da forte queda de ontem. Mas as preocupações com a saúde da economia global seguem na pauta, o que garantiu mais um pregão de baixa na Europa e sustenta a alta do dólar frente a divisas de risco.

No Brasil, o dólar e o Ibovespa seguem o exterior, embora aqui os movimentos sejam reforçados por ajustes após pesquisas eleitorais divulgadas ontem não confirmarem um cenário tão favorável à oposição na campanha presidencial.

Câmbio

O dólar segue em firme alta ante o real nesta sexta-feira, com o mercado reagindo ao clima de maior aversão a risco no exterior, que impulsiona a moeda americana, e também à decepção com os resultados de pesquisas eleitorais divulgadas ontem, as quais não corroboraram um cenário mais vantajoso para a oposição na corrida presidencial.

Sondagens dos institutos Ibope e Datafolha mostraram Aécio Neves (PSDB) com 51% das intenções de votos válidos, contra 49% para Dilma Rousseff (PT). Há, portanto, um empate técnico entre os dois concorrentes, considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais.

Aécio é visto como mais pró-mercado e inclinado a promover reformas entendidas por investidores como necessárias para a recuperação da credibilidade e confiança na economia brasileira.

Às 13h50, o dólar comercial subia 0,42%, a R$ 2,4068, depois de bater R$ 2,4257 na máxima. O dólar para novembro avançava 0,27%, a R$ 2,4185, após alcançar R$ 2,4385.

O dólar subia 0,30% ante uma cesta de divisas. A moeda americana ganhava 0,49% contra a da Austrália e 0,27% frente ao dólar neozelandês - ambas divisas mais ligadas às perspectivas para a China. Já a coroa norueguesa e o rublo russo - mais sensíveis às expectativas para os preços do petróleo - cediam 0,60%.

Juros

As taxas de DI negociadas na BM&F operam em alta, também sob influência das pesquisas eleitorais recentes.

O operador de juros de uma corretora diz que já ontem no fim da tarde um grande fundo reduziu posição vendida em DI e dólar pela expectativa de que as pesquisas não mostrariam um cenário tão favorável quanto o esperado para a oposição. "Hoje é o mercado inteiro que está se ajustando. Mas o volume está fraco, então a precificação acaba ficando mais sujeita a exageros", diz.

Às 13h21, o DI janeiro de 2017, mais líquido, subia a 11,910% ao ano, contra 11,779% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2016 avançava a 11,980%, ante 11,859% no último ajuste. Já o DI janeiro de 2021 tinha alta para 11,460%, frente a 11,359% no ajuste de ontem.

Bolsa

O Ibovespa opera em queda nesta sexta-feira, após acumular alta de 5% na semana, até ontem. A baixa era de 1,61% às 13h50, para 56.647 pontos, e segue recuo no exterior. Os investidores aproveitam o quadro externo negativo para vender ações. "Hoje o movimento é de exaustão", diz o diretor-técnico da Apogeo Investimentos, Paulo Bittencourt. Segundo ele, os investidores aproveitam que o fim de semana trará pesquisas eleitorais para adotar uma postura cautelosa.

O operador da Guide Investimentos Fábio Galdino de Carvalho acredita que há um componente de decepção com as pesquisas, sobretudo após o Instituto Paraná ter indicado avanço muito superior de Aécio Neves sobre Dilma Rousseff. "Pesquisas mais fracas deixam a bolsa exposta ao cenário externo", diz.

A lista de maiores quedas é variada. Há construtoras, que subiram recentemente na recuperação do mercado, e papéis do "kit-eleições" - ações de estatais e banco, mais sujeitas a oscilações influenciadas pelas eleições.

BR Malls (-6,04%), ALL (-5,11%), Gafisa (-3,54%), Petrobras ON (-2,2%) e Petrobras PN (-2,31%) são destaques de queda.