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Bovespa acompanha tensão externa e fecha em baixa de 3,4%

10/10/2014 18h04

A bolsa brasileira cedeu ainda mais à pressão externa na tarde desta sexta-feira e fechou na mínima do dia, após a agência de classificação de risco S&P alterar as perspectivas da nota soberana da França e do rating do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF), na sigla em inglês para negativa.

O Ibovespa já vinha com sinal negativo desde a abertura, com investidores preocupados com os sinais de fraqueza da economia mundial e com o quadro de incerteza sobre o rumo da corrida presidencial no Brasil.

"Os temores com nova crise na Europa voltaram com força nesta semana depois da queda da produção industrial de 4% na Alemanha em agosto e da maior queda das exportações desde 2009", comenta o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala. "Até então a economia alemã estava ainda gerando o pouco crescimento que se observava na Europa. Mas a nova rodada de desaceleração do mundo, especialmente na Ásia, está complicando a situação alemã e europeia."

Gala acredita que a revisão dos ratings pela S&P apenas reforçou a avaliação negativa sobre a Europa, que já vinha sendo discutida nos últimos dias. "Houve um reconhecimento das autoridades sobre essa situação ao longo da semana. A questão do crescimento apareceu na reunião anual do FMI e na Ata do Fed. O fato é que as economias que sofreram com a crise de 2008 ainda não se reergueram, com exceção dos Estados Unidos."

Aqui, o foco dos investidores continuou sobre a corrida presidencial. As pesquisas Ibope e Datafolha mostraram o mesmo quadro - de empate técnico entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), com dois pontos de vantagem para o tucano -contrariando os levantamentos feitos por institutos menos conhecidos, que mostravam Aécio até dez pontos à frente da petista.

"O mercado ficou sem direção após as pesquisas. E com as bolsas caindo forte na Europa e nos Estados Unidos, o desempenho do Ibovespa acabou prejudicado", afirma o especialista em bolsa da Icap Brasil, Rogério Oliveira.

O Ibovespa fechou em baixa de 3,42%, na mínima do dia, aos 55.311 pontos. O volume financeiro somou R$ 7,385 bilhões, um pouco menor do que a média dos pregões desta semana. "O mercado começou a semana muito forte. Hoje perdeu um pouco o ritmo", diz Oliveira. Apesar do tombo de hoje, a bolsa brasileira fechou a semana com alta de 1,42%.

Entre as principais ações do índice, Petrobras PN (-5,56%, a R$ 20,02) puxou as perdas, seguida por Itaú PN (-3,91%, a R$ 35,33), Bradesco PN (-4,82%, a R$ 36,32), Banco do Brasil ON (-4,43%, a R$ 30,20) e Vale PNA (-2,29%, a R$ 22,98).

A lista de maiores baixas trouxe BR Malls ON (-6,66%), Rossi ON (-6,54%) e ALL ON (-6,23%). Apenas três das 70 ações que compõem o Ibovespa fecharam em alta: Oi PN (0,75%), Fibria ON (0,23%) e Suzano PNA (0,21%).

Após perderem mais de 16% nesta semana com a notícia sobre a saída de Zeinal Bava, as ações da Oi reagiram à informação de que o diretor financeiro Bayard Gontijio ocupará a presidência da operadora interinamente até que o processo de reestruturação entre Oi e Portugal Telecom seja concluído.