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Bovespa sobe e dólar cai com cenário eleitoral

13/10/2014 13h35

Os mercados locais voltam a operar no modo euforia, sob efeito da pesquisa eleitoral divulgada ontem, mostrando larga vantagem de Aécio Neves (PSDB) em relação a Dilma Rousseff (PT), e também da decisão da ex-senadora Marina Silva (PSB) de apoiar a candidatura do tucano à Presidência Em resposta, a Bovespa sobe com força, movida em grande medida pelos papéis do "kit eleição", formado por ações de estatais e bancos. O dólar cede, contribuindo para o alívio dos juros futuros.

O movimento é potencializado pelo volume reduzido de negócios por causa do feriado americano do Dia de Colombo. Embora as bolsas de Wall Street operem, o giro é menor. E, com menos negócios, os movimentos dos mercados tendem a ser mais intensos.

Bolsa

O Ibovespa recupera hoje a perda de sexta-feira e ainda fica com um saldo positivo, no forte ganho que registra desde a abertura. Às 13h28, o índice avançava 4,39%, para 57.739 pontos, após cair 3,42% no pregão anterior.

"Hoje o índice se recupera do pânico gerado por temores com relação à economia global na última sexta-feira e volta para o páreo onde ainda há muita disputa eleitoral", afirma o analista grafista da Clear Corretora Raphael Figueredo. Segundo ele, o mercado reage à pesquisa Istoé/Sensus que deu 58,8% das intenções dos votos válidos a Aécio Neves. Dilma teria 41,2%.

"Nos chama a atenção a diferença com as demais pesquisas, ainda que possa ter refletido em alguma medida as novas denúncias de corrupção em torno da Petrobras. Deve ser visto com cautela pelo mercado, mas não deixa de ser favorável para o tucano", diz a Guide Investimentos em nota desta manhã.

Ações do "kit-eleições" disparam. As maiores altas do Ibovespa eram de Petrobras PN (9,19%), Petrobras ON (8,74%), Banco do Brasil ON (8,77%), BM&FBovespa (8,56%), PDG Realty (8,11%) e Bradesco PN (7,92%).

Câmbio

O dólar tem forte queda de 1,6% ante o real nesta segunda-feira, mais do que devolvendo a alta da sessão anterior. De longe, o real é a moeda com o melhor desempenho nesta sessão, considerando uma lista das 34 divisas mais líquidas, além do próprio dólar. Às 13h28, o dólar comercial recuava 1,62%, a R$ 2,3850. Na mínima, a cotação foi a R$ 2,3823 (-1,73%).

"O anúncio do apoio de Marina a Aécio também faz preço no dólar hoje, já que o mercado esperava, mas começou a ficar com dúvida por causa das condições impostas por ela", diz o profissional da área de derivativos de uma corretora.

Os investidores aguardam agora a divulgação de pesquisa Vox Populi de intenções de voto para presidente. Os resultados serão reportados hoje pelo "Jornal da Record", que começa às 19h45. Amanhã será realizado o primeiro debate do segundo turno na TV aberta entre os dois candidatos, na "TV Bandeirantes", às 22h15. Na quarta-feira, Ibope e Datafolha divulgam novos levantamentos sobre intenções de voto à Presidência da República.

Juros

Os juros futuros operam em queda firme nesta manhã, reagindo ao noticiário político e à queda do dólar.

Ainda no noticiário local, merece atenção o resultado da pesquisa Focus, que mostrou a alta da projeção mediana do IPCA em 2014 de 6,32% para 6,45%. Para 2015, a estimativa permanece em 6,30% e, para 12 meses à frente, em 6,38%.

Na BM&F, DI janeiro/2021 era negociado a 11,22%, de 11,47% na sexta-feira. Já o DI janeiro/2017 tinha taxa de 11,79%, de 11,93% na sexta-feira. O degrau entre os dois vencimentos, portanto, alcança -0,57 ponto percentual.