IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Bovespa cai 2,5% diante de dúvidas sobre resultado das eleições

20/10/2014 17h41

A indefinição sobre quem comandará o país a partir de 2015 voltou a pesar sobre os negócios da bolsa brasileira nesta segunda-feira. E a tendência para esta semana, a última antes do segundo turno da eleição, é que a Bovespa oscile forte, ao sabor das pesquisas, debates e boatos. Depois da euforia de sexta-feira, quando o Ibovespa subiu 2,63% com ajuda da pesquisa Sensus, hoje o mercado devolveu os ganhos após o levantamento do Instituto MDA.

Enquanto o Sensus voltou a mostrar Aécio Neves (PSDB) com larga vantagem sobre Dilma Rousseff (PT), de quase 13 pontos, o MDA veio em linha com Ibope e Datafolha, indicando empate técnico entre os dois candidatos. Porém, ao contrário dos outros institutos, o MDA trouxe Dilma (com 50,5% das intenções de voto) à frente de Aécio (49,5%). Ainda nesta segunda, os investidores tomarão conhecimento de mais duas pesquisas, do Vox Populi e do Datafolha.

O Ibovespa fechou em baixa de 2,55%, aos 54.302 pontos, com volume de R$ 11,096 bilhões, o que inclui R$ 3,626 bilhões do exercício de opções sobre ações. As ações do "kit eleição" passaram o dia no vermelho. Petrobras PN (-6,12%, a R$ 17,92) liderou as perdas, seguida por Banco do Brasil ON (-5,78%, a R$ 30,14), Itaú PN (-2,88%, a R$ 35,64), Eletrobras ON (-3,14%, a R$ 6,77) e Bradesco PN (-2,36%, a R$ 36,71).

"O mercado não gostou de ver Dilma na frente de Aécio na pesquisa MDA e está devolvendo um pouco da alta de sexta", comenta o diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer. "Daqui até o fim da semana o nome do jogo é volatilidade."

Spyer comentou ainda que notou nas últimas semanas uma maior cautela por parte dos investidores estrangeiros, especialmente asiáticos, que estão entre os principais clientes da corretora de origem coreana. "Ele s querem esperar a eleição passar para estudar qual será a estratégia do presidente eleito em relação à economia. Agora a regra é cautela."

Entre as maiores baixas ficaram PDG Realty ON (-7,20%), Oi PN (-6,40%) e Marfrig ON (-5,27%). As ações da Oi acompanharam o mau humor que atingiu hoje os papéis da Portugal Telecom na Europa. As ações encerraram o pregão na bolsa de Lisboa com queda de 10,05%, cotadas a 1,09 euro. No pior momento do dia, os papéis chegaram a cair mais de 27%, para o mínimo histórico de 0,879 euro.

Na sexta-feira, o Tribunal de Luxemburgo não aceitou o pedido de gestão controlada feito pelo Espírito Santo International e pela Rioforte. O recurso é semelhante à recuperação judicial e permitiria a reestruturação das companhias enquanto se protegem dos credores. Sem o aval do Tribunal de Luxemburgo, as companhias provavelmente entrarão em insolvência e o patrimônio de ambas será liquidado para pagar dívidas.

A Portugal Telecom tem como únicos ativos uma dívida de 897 milhões de euros da Rioforte e uma opção de compra de ativos da Oi, para que possa elevar a posição atual de 26% na empresa resultante da fusão entre a Portugal Telecom e a Oi para 37%, como originalmente definido no acordo de fusão. Se não recuperar o crédito da Rioforte, a Portugal Telecom não poderá ampliar a participação na nova Oi.

Fora do Ibovespa, Fleury ON (-5,71%) também apanhou hoje, depois que a companhia divulgou carta da controladora indireta Core Participações informando que as negociações para a venda de toda a participação acionária para a Gávea Investimentos foram encerradas sem sucesso. A Core reúne um grupo de médicos que detém 41,3% do Fleury. A negociação foi anunciada em março.

Apenas nove das 70 ações do Ibovespa fecharam em alta, entre elas Braskem PNA (2,15%), Gafisa ON (1,71%) e Fibria ON (1,49%).