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Dólar descola do exterior e fecha em alta após pesquisa eleitoral

20/10/2014 17h26

O dia hoje foi de cautela no mercado de câmbio, com os investidores buscando posições mais defensivas na última semana antes da votação do segundo turno para eleição presidencial. O dólar ganhou força após a divulgação da pesquisa CNT/MDA, que mostrou uma recuperação da presidente Dilma Rousseff na corrida eleitoral, e fechou em alta frente ao real, descolando do movimento de queda da moeda americana no exterior.

O dólar comercial subiu 1,33%, encerrando a R$ 2,4631, em dia de giro financeiro mais fraco. O contrato futuro para novembro avançava 1,23% para R$ 2,474.

A sondagem CNT/MDA mostrou os dois candidatos tecnicamente empatados, com a presidente Dilma Rousseff (PT) com 50,5% das intenções de votos válidos, e Aécio Neves (PSDB) com 49,5%. O levantamento mostrou ainda que a rejeição ao tucano (41%) é ligeiramente maior que a rejeição à petista (40,7%). Estão previstos para hoje os resultados de mais duas pesquisas eleitorais realizadas pelo Vox Populi e pelo Datafolha.

Levantamentos recentes de Datafolha e Ibope mostraram empate técnico, mas com vantagem numérica para o tucano.

Em meio à incerteza com o cenário eleitoral, os investidores, principalmente os estrangeiros, têm buscado reduzir suas posições em Brasil até passar a eleição presidencial, aumentando a demanda pela moeda americana. Já entre os investidores locais, o movimento de compra de dólares hoje foi puxado por dois grandes bancos locais, afirma um analista de um banco estrangeiro.

Só em outubro, até o dia 17, os investidores estrangeiros aumentaram a posição em dólar na BM&F (considerando o total em contratos de dólar futuro, cupom cambial e swaps cambiais) de US$ 29,592 bilhões para US$ 34,56 bilhões. "Os investidores estão buscando uma posição defensiva e estão comprando dólares com medo de os resultados das próximas pesquisas confirmarem uma recuperação da presidente Dilma na corrida eleitoral", afirma o analista de uma corretora de câmbio nacional.

A disputa acirrada entre o candidato tucano, visto com perfil mais pró-mercado, e a presidente Dilma no segundo turno da eleição presidencial contribuiu para intensificar a pressão de alta do dólar nos últimos dias, em meio a um cenário de maior aversão a risco no exterior.

Lá fora, o dólar recuou hoje frente às principais moedas, diante da menor preocupação com uma antecipação da alta da taxa de juros nos Estados Unidos, com alguns bancos já vendo a possibilidade de uma postergação da normalização da política monetária a americana frente à desaceleração econômica na Europa e no Japão.

Hoje o presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, disse, em entrevista à rede de tele visão CNBC, que a recente volatilidade nos mercados de ações não alterou a sua perspectiva para o encerramento do programa de compra de ativos, previsto para acabar este mês. "Não há motivos para não cortar o programa de compra de ativos na próxima reunião do Fed", afirma Fisher, destacando que a economia americana está em boa forma.

A moeda americana caía 0,56% em relação ao dólar australiano, 0,56% diante do rand sul-africano e 0,12% frente ao peso chileno. O mercado aguarda a divulgação de dados da China entre hoje e amanhã, que podem influenciar o desempenho principalmente das moedas atreladas a commodities.

No mercado local, o Banco Central seguiu com as intervenções previstas no mercado de câmbio e rolou mais 8 mil contratos de swap cambial que venceriam no início de novembro, cuja operação movimentou US$ 393,4 milhões.

A autoridade monetária ainda vendeu 4 mil contratos de swap cambial no leilão do programa de intervenção, que totalizaram US $ 197,5 milhões.