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Juros futuros avançam na BM&F com incerteza eleitoral

20/10/2014 16h51

Os juros futuros subiram nesta segunda-feira na BM&F diante da incerteza sobre o desfecho da corrida presidencial no Brasil e à postura defensiva dos agentes no exterior, com a taxa dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) de 10 anos rodando abaixo de 2,20%. Ressalta-se que o giro de contratos foi muito deprimido até mesmo para uma segunda-feira, dia tradicionalmente marcado por poucos negócios, em um claro reflexo da postura cautelosa dos investidores.

Na última semana da campanha antes do segundo turno da eleição presidencial, as pesquisas de intenção de voto mostram Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) tecnicamente empatados. Isso deixa em suspenso qual será a política econômica em 2015 e, por tabela, as expectativas que guiam a formação de preços dos ativos. A dinâmica observada no pregão desta segunda-feira confirma que os prêmios de risco avançam ou recuam de acordo com as pesquisa eleitorais.

Após uma abertura de negócios morna, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) ganharam força no fim da manhã com a divulgação da pesquisa CNT/MDA, que trouxe a presidente Dilma com 50,5% das intenções de votos válidos, ante 49,5% do tucano. O quadro é de empate técnico, mas a presidente surge numericamente em vantagem, algo que não constava nas pesquisa Ibope e Datafolha na semana passada. E o levantamento CNT/MDA mostrou que a taxa de rejeição de Aécio (41%) é ligeiramente superior a de Dilma (40,7%).

Com mínima de 11,99% e máxima de 12,18%, o DI janeiro/2017 era negociado no "call" de fechamento a 12,13% (ante 11,98% na sexta-feira, após ajustes). Entre os mais longos, DI janeiro/2021 subiu de 11,40% para 11,57%.

Investidores aguardam ainda hoje divulgação de pesquisa Datafolha para a presidência da República. Qualquer mudança no quadro de empate técnico entre os candidatos pode provocar mudanças agudas dos preços dos ativos.

Na agenda local, o boletim Focus não trouxe novidades nas projeções de inflação, taxa de juros e crescimento. Foram mantidas as estimativas para o IPCA neste ano (6,45%) e no próximo (6,30%). Espera-se taxa Selic congelada em 11% neste ano e em 11,88% no fim de 2015. A projeção para a expansão do PIB neste ano ficou praticamente inalterada (caiu de 0,28% para 0,27%), ao passo que a estimativa para 2015 permaneceu em 1%. Em suma, o panorama é de crescimento baixo com inflação perto do teto da meta (6,5%) e taxa de juros de dois dígitos.