IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Bovespa perde 6% em dois dias com reviravolta na corrida presidencial

21/10/2014 17h56

A bolsa brasileira voltou a cair forte nesta terça-feira, influenciada pelos resultados das últimas pesquisas eleitorais, que trouxeram pela primeira vez neste segundo turno a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) à frente de Aécio Neves (PSDB).

Embora a diferença entre os dois ainda esteja dentro da margem de erro das pesquisas, a reviravolta na corrida presidencial, a menos de uma semana da eleição, incomodou os investidores, especialmente os brasileiros, que vinham aproveitando a especulação eleitoral. Já o estrangeiro aproveitou o forte desconto em alguns ativos para encher a carteira.

O "kit eleição" - formado por estatais e bancos, mais sensíveis à possível troca de comando no país - foram as mais penalizadas, diante do cenário de estabilidade do poder desenhado nas últimas pesquisas, especialmen te do instituto Datafolha, que trouxe Dilma quatro pontos percentuais à frente de Aécio.

"A Dilma está em uma curva ascendente, a caminho da urna, faltando apenas uma semana para a eleição. Isso é o que está assustando o mercado, que apostava em vitória de Aécio", comenta o estrategista da CM Capital Markets, Marco Aurélio Barbosa.

O Ibovespa fechou em baixa de 3,44%, aos 52.432 pontos, com volume financeiro elevado, de R$ 12,005 bilhões. Na mínima do dia, o índice chegou a cair 4,38%, para 51.922 pontos. Somente nesta semana, o índice já acumula baixa de 5,91%.

No "kit eleição", Eletrobras ON (-7,09%, a R$ 6,29) liderou as perdas, acompanhada por Banco do Brasil ON (-6,76%, a R$ 28,10), Petrobras PN (-6,91%, a R$ 16,68), Bradesco PN (-5,14%, a R$ 34,82) e Itaú PN (-5,02%, a R$ 33,85).

Os papéis da própria bolsa, BM&FBovespa ON (-8,23%) registraram a maior baixa do Ibovespa, seguidas pelos papéis do "kit eleição", Eletrobras PNB (-7,88%) e PDG Realty ON (-7,75%). "Os investidores podem estar enxergando um estreitamento do mercado brasileiro no ano que vem com a reeleição de Dilma e por isso estão penalizando as ações da bolsa", acredita Barbosa.

Na ponta positiva do índice sobraram basicamente exportadoras, que tiram proveito de um cenário de alta do dólar com a continuidade do governo Dilma, como Fibria ON (2,98%), Suzano PNA (2,52%) e Embraer ON (2,09%). Santander Unit (2,46%) também subiu forte, uma vez que o papel agora está "travado" pela oferta de troca por recibos (BDR) do banco espanhol.