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Fábricas da Embraer em Portugal fornecem partes estruturais do KC-390

21/10/2014 14h46

O ministro da Defesa Nacional de Portugal, José Pedro Aguiar Branco, disse que até o fim do ano pretende concluir a definição dos requisitos técnicos do jato militar KC-390, que deverá ser fornecido para o governo do seu país. "Em seguida, o governo analisará a questão do preço e posteriormente partirá para a negociação do contrato propriamente dito", disse o ministro durante entrevista realizada após a cerimônia de apresentação oficial da aeronave feita pela Embraer, nesta terça-feira, em Gavião Peixoto, interior de São Paulo.

Em 2011 Portugal assinou uma carta de intenção de compra com a Embraer para seis unidades. O acordo assinado entre o governo português e a empresa inclui parceria industrial com empresas daquele país. As fábricas de estruturas metálicas e de compósitos que a Embraer construiu em Évora vão fornecer os painéis de revestimento e as longarinas das asas do KC-390, assim como as empenagens verticais, além de outros componentes metálicos.

A unidade de materiais compósitos, segundo o diretor do programa do KC-390, Paulo Gastão, ficará encarregada de fornecer a empenagem horizontal que será feita em fibra de carbono.

A fábrica da Ogma, em Alverca, vai produzir os painéis da seção central da fuselagem e o leme de profundidade da aeronave. A Embraer detém 65% do capital da Ogma e o restante das ações pertencem ao governo português. A Empresa de Engenharia Aeronáutica de Portugal fará projetos de engenharia para componentes estruturais do KC-390.

O presidente da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider, disse que 32 países enviaram representantes para a cerimônia de apresentação. "Isso mostra que existe um razoável interesse pelo KC-390 que, com certeza, vai gerar muitas exportações para a Embraer", ressaltou.

A expectativa da Embraer, segundo o executivo, é que a maioria dos potenciais clientes da aeronave prefere aguardar a realização do primeiro voo, prevista para acontecer até o final deste ano, para tomar uma decisão mais firme sobre compra. "Já temos algumas conversas que poderão ser transformadas em algo mais concreto depois do primeiro voo", disse.

Segundo Jackson Schneider, alguns países da África também são clientes potenciais do KC-390 no segmento de transportes. O executivo disse que já tem tido algumas oportunidades de conversas com esses países sobre o interesse na aquisição das aeronaves. A Embraer projeta um mercado potencial de 700 unidades nos próximos 10 anos .

Além das 28 encomendas feitas pela Força Aérea Brasileira (FAB), o KC- 390 conta com um total de 32 cartas de intenção de compra feitas pela Argentina, Portugal, República Tcheca, Chile e Colômbia. Segundo o Valor apurou, Equador, Peru e Emirados Árabes também já estão discutindo a possibilidade de compra do avião com a Embraer. Entre os países que são parceiros industriais do programa do KC-390, Portugal e República Tcheca estariam com as negociações em fase mais adiantada.