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Juros futuros avançam na BM&F com pesquisa Datafolha

21/10/2014 18h41

Na toada típica que tem marcado o vaivém dos juros futuros desde que a corrida presidencial passou a ter influência predominante sobre os negócios, os investidores se apoiaram no aumento das chances de reeleição de Dilma Rousseff (PT) para turbinar os prêmios de risco.

Pesquisa divulgada na noite de segunda-feira (20) pelo Datafolha mostrou a presidente com 52% dos votos válidos, quatro pontos percentuais à frente de Aécio Neves (48%), no limite da margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos. Uma vitória de Dilma aumenta as dúvidas sobre qual será o rumo da política econômica em 2015. Sem visibilidade, aumentam os riscos e, por tabela, os prêmios.

Já em alta ontem por conta do levantamento CNT/MDA, que trouxe Dilma na frente, as taxas longas dispararam pela manhã junto com o dólar, que atingiu R$ 2,50, em resposta ao Datafolha. Mesmo tendo perdido um pouco de força à tarde, em linha com o ambiente externo mais benigno e o arrefecimento do dólar, os DIs terminaram o pregão em alta firme.

Com máxima de 12,02%, DI janeiro/2021 ? mais ligado à percepção de risco ? era negociado na reta final dos negócios a 11,84% (ante 11,58% ontem, após ajustes). Depois de atingir 12,40% pela manhã, DI janeiro/2017 encerrou a 12,22% (ante 12,14% ontem), com cerca de 340 mil contratos negociados, mais do que o dobro do observado ontem.

Entre as taxas ligadas diretamente ao rumo da taxa Selic, as movimentações foram bem mais modestas. O contrato para janeiro de 2015 subiu de 11,02% para 11,045%, e DI para janeiro de 2016, de 12,07% para 12,08%.

O IPCA-15 acelerou de 0,39% em setembro para 0,48% em outubro, mas se situou abaixo da média das projeções colhidas pelo Valor Data, de 0,52%. O tom negativo foi o aumento do índice de difusão, de 56,7% para 64,9%. Com a variação de outubro, o IPCA-15 ? considerado uma prévia do IPCA ? acumula alta de 6,62% em 12 meses, acima, portanto, do teto de tolerância da meta de inflação (6,5%).

Mesmo com a expectativa de que o IPCA desacelere e termine este ano abaixo do teto da meta, os investidores mantêm embutida na curva a termo a aposta em um novo ciclo de aperto monetário, com uma elevação já em dezembro.