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No RS, Tarso Genro diz que pesquisas têm 100% de margem de erro

22/10/2014 19h41

Em comício para cerca de seis mil pessoas, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), candidato à reeleição, disse hoje aos militantes para que "não se impressionem com as pesquisas". A margem de erro dos levantamentos "é de 100%", ironizou, ao afirmar que "nós crescemos sempre nos últimos dias".

Genro criticou seu adversário no segundo turno, José Ivo Sartori (PMDB), que lidera as pesquisas de opinião, e ironizou o debate que teria em seguida com o peemedebista. "Vou fazer mais um esforço", afirmou. "Praticamente supliquei (ao perguntar) o que ele vai fazer se ganhar a eleição", continuou o petista, que tem insistido, nos encontros, em questionar o oponente sobre propostas concretas para diferentes áreas da administração.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou de rápida caminhada com Genro antes do comício, ironizou a imprensa e a posição da revista inglesa "The Economist", que recomendou a eleição do adversário da presidente Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB). Disse que Dilma não é a candidata dos banqueiros, é candidata do povo.

Voltou a lembrar que vários países latino-americanos tiveram universidades séculos antes que o Brasil e considerou que a elite nacional não se preocupava com a educação porque "enviava seus filhos a Coimbra [Portugal] ou Paris". Disse que os empresários rurais "nunca tiveram metade do financiamento" que recebem atualmente e que o volume de crédito público e privado disponível saltou de R$ 380 bilhões em 2002, quando assumiu a Presidência, para os atuais R$ 2,7 trilhões.

Falou sobre preconceito com nordestinos e a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que relacionou a votação de Dilma no Nordeste a eleitores "menos informados". "Como pode estudar tanto e ser tão desinformado como ele?", questionou Lula, chamando o ex-presidente de "príncipe da sociologia". Recomendou aos petistas que "andem de cabeça erguida", disse não entender o "ódio ao PT" Considerou que os eleitores de Marina Silva (PSB) no primeiro turno têm "obrigação moral" de votar em Dilma no segundo e evitar "o retrocesso".

Conforme Lula, "não existe ninguém capaz de fazer coisas fora dos partidos". Ele criticou ataques "das elites" à política. "Toda vez que a elite nega a política o que vem depois da política é pior", afirmou. Em tom irônico à imprensa e aos opositores, relacionou o cenário atual àquele vivido pelo ex-presidente Getúlio Vargas. "A mesma histeria que a direita tinha contra o Getúlio vejo nos adversários", disse Lula.

Citou que terminou de ler a trilogia do historiador Lyra Neto sobre o ex-presidente Getúlio Vargas e passou a compreender um pouco mais "a alma gaúcha".

Pesquisa Ibope divulgada na terça-feira indicou 53% de intenções de voto para Sartori e 37% para Genro, com 7% de brancos e 3% de indecisos, realizada entre os dias 18 e 20 de outubro.

Na quinta-feira, os dois candidatos terão o último debate na RBS TV, retransmissora da Rede Globo. Sartori fez ontem o encerramento simbólico da campanha com uma caminhada no Centro de Porto Alegre e comício no mesmo local de Genro, no Largo Glênio Peres.