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Bovespa sobe e dólar cai mais de 2% às vésperas da eleição

24/10/2014 13h41

Baixo volume de negócios e uma boa dose de instabilidade dos preços. Foi assim a manhã no mercado financeiro local, que aguarda pela eleição presidencial do domingo em tom de apreensão. Investidores tentam administrar rumores, dúvidas sobre a consistência das pesquisas e muita torcida por um resultado que, aparentemente, tem menos chances de ser concretizado.

Nesse ambiente, a Bovespa encontrou espaço para arriscar uma alta forte no início da tarde, puxada principalmente pelas ações do "kit eleições", os papéis de estatais e bancos, mais sensíveis a especulações eleitorais. O dólar, que mostrou hesitação no meio da manhã, acabou cedendo, assim como os juros futuros.

Bolsa

O Ibovespa ampliou bastante os ganhos pouco antes das 11h30 e continuou nessa toada até o início da tarde. O índice subia 3,73% às 13h30, para 52.607 pontos. Apenas Vivo PN caía, com perda de 0,66%. As ações do "kit eleições" estão entre os destaques do dia. Banco do Brasil sobe 8%, Eletrobras PNB ganha 6,7%, Petrobras PN tem valorização de 7,46%, Eletrobras ON sobe 6,67% e Petrobras ON avança 5,91%.

Para operadores, há uma correção hoje, após a forte queda de 3,24% ontem. Eles comentam que as pesquisas Datafolha e Ibope, divulgadas ontem, afetaram o mercado, que incorporou a notícia de crescimento das intenções de voto para Dilma Rousseff. Rumores não faltam e explicações para o ganho também não.

As pesquisas Ibope e Datafolha indicam vitória da petista, que abriu uma vantagem para o tucano fora da margem de erro. Do outro lado, estão reportagem divulgada pela Veja e a pesquisa Sensus dessa manhã, que dá vantagem a Aécio.

Câmbio

Uma onda de venda de dólares tomou conta do mercado doméstico nesta sexta-feira, em meio a um crescente clima de expectativa e apreensão no último dia de negócios antes do segundo turno das eleições. Após a disparada de ontem, que empurrou a moeda americana ao maior nível em quase seis anos frente ao real, investidores devolvem o movimento e embolsam lucros.

Em meio a um mercado extremamente sensível diante de um volume de negócios moderado, o espaço para oscilações mais bruscas aumenta. "Ainda tenho a opinião que estamos num empate. Há muita divisão, paixões à parte, e, portanto, tudo é possível. Acho que todas as informações serão relevantes, assim como o debate de hoje à noite", afirma o profissional de uma corretora sobre o cenário eleitoral.

Às 13h30, o dólar comercial recuava 2,33%, a R$ 2,4574. Na mínima, a cotação recuou a R$ 2,4499, em queda de 2,63%, a maior desde 6 de outubro - sessão seguinte ao primeiro turno das eleições, quando o dólar chegou a cair 3,88%.

Juros

O baixo volume de negócios é a principal característica do mercado de juros neste último pregão antes da eleição presidencial. Cautelosos, agentes evitam assumir novas posições e, assim, o giro de negócios corresponde a cerca de um terço do que se movimenta em dias normais.

Esse volume reduzido abre espaço para forte instabilidade das taxas. Qualquer movimentação acaba provocando mudanças intensas dos preços. Mas, em meio a rumores e incertezas, profissionais não enxergam argumentos sólidos para operar. "O movimento é vazio. Há muitos rumores e muita torcida, mas não há fatos que justifiquem uma mudança de posição", diz um operador.

Há pouco, o DI janeiro/2021 tinha taxa de 11,86%, de 12,10% no ajuste de ontem. Na máxima do dia, esse contrato alcançou 12,11%. DI janeiro/2017 é negociado a 12,18%, de 12,30% ontem.