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Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 7,907 bi em setembro

24/10/2014 11h11

O Brasil registrou, em setembro, um déficit de US$ 7,907 bilhões em suas transações correntes com outros países, informou o Banco Central. Com mais esse resultado negativo, o déficit acumulado no ano soma US$ 62,730 bilhões.

O número superou o déficit previsto pelo próprio BC, que era de US$ 6,7 bilhões. Para o ano, a previsão é de conta negativa em US$ 80 bilhões, ou 3,52% do PIB. Em 2013, a conta foi deficitária em US$ 81,2 bilhões, ou 3,66% do PIB, pior resultado desde 2001.

Em 12 meses, a diferença entre o que país gastou e o que recebeu nas transações internacionais relativas a comércio, serviços, rendas e transferências unilaterais alcançou US$ 83,557 bilhões, o equivalente a 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária para o mesmo período. Nos 12 meses findos em agosto, o déficit era de US$ 78,413 bilhões ou 3,47% do PIB.

Balanço de pagamentos

O país registrou superávit de US$ 339 milhões no balanço de pagamentos no mês passado. Um ano antes, houve superávit de US$ 2,313 bilhões. Em 2014, o superávit é de US$ 19,988 bilhões. Em 2013, o balanço de pagamentos fechou deficitário em US$ 5,926 bilhões.

O superávit no balanço de pagamentos em setembro é resultado de um déficit de US$ 7,907 bilhões na conta corrente e, de outro lado, ingressos líquidos na conta capital e financeira, de US$ 7,664 bilhões no mês. Erros e o missões somaram R$ 582 milhões.

Investimento estrangeiro direto (IED)

O Brasil recebeu US$ 4,214 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED) em setembro, mas o ingresso não foi suficiente para cobrir integralmente o déficit em conta corrente do mês, que somou US$ 7,907 bilhões.

Para o mês de setembro, o BC projetava IED de US$ 3 bilhões. Para o ano, a estimativa é de US$ 63 bilhões. Em 2013, o ingresso de IED somou US$ 64 bilhões e financiou 79% do déficit em conta corrente de US$ 81,2 bilhões.

Em relação a setembro de 2013, quando foi de US$ 4,770 bilhões, o fluxo de IED caiu 11,6%. No acumulado do ano, o ingresso de IED soma US$ 46,215 bilhões, acima dos US$ 43,747 bilhões vistos em igual período do ano passado.

Além do valor destinado à participação no capital de empresas no Brasil, também são classificados c omo investimentos diretos os empréstimos concedidos por matrizes de empresas multinacionais as suas filiais no país e vice-versa.

Essa parte do IED, que são os empréstimos intercompanhias, respondeu por ingressos líquidos de US$ 554 milhões em setembro (ingressos de R$ 2,307 bilhões em agosto). Esses ingressos somaram US$ 22,352 bilhões no ano passado. Agora em 2014 eles estão em US$ 11,859 bilhões.

O investimento direto propriamente dito (participação no capital), portanto, foi de US$ 3,659 bilhõ es no mês (US$ 4,533 bilhões em agosto). No ano passado, o volume foi de US$ 41,644 bilhões. De janeiro a setembro, o ingresso é de US$ 34,356 bilhões.

Taxa de rolagem de empréstimo externo

As novas emissões de dívida externa de médio e longo prazo por empresas privadas e estatais em setembro somaram o equivalente a 107% das amortizações vencidas no mês. Essa taxa de rolagem é maior que a de agosto, quando a relação entre dívida nova tomada e a dívida velha vencida no período foi de 51% para operações com prazo superior a um ano.

Para empréstimos tomados diretamente, ou seja, sem emissão de títulos no mercado internacional, o BC apurou taxa de rolagem de 111% em setembro (74% em agosto). Para emissões envolvendo lançamento de títulos, como bônus, "notes" e "commercial papers", o percentual foi de 91% em setembro (24% em agosto).

As parciais do BC, até o dia 22 de setembro, mostram rolagem total de 108%, sendo 30% para papéis e 129% para os empréstimos diretos. Em 2013, a taxa de rolagem total foi de 94%, contra 188% em 2012.