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Dólar recua no dia com especulação eleitoral, mas sobe na semana

24/10/2014 17h51

O dia hoje foi de correção no mercado de câmbio, com os investidores aproveitando para realizar parte dos lucros depois da alta do dólar verificada nesta semana. Notícias favorecendo o candidato Aécio Neves (PSDB) ajudaram a sustentar a queda da moeda americana no último pregão antes do segundo turno da eleição presidencial.

O dólar comercial caiu 2,33%, fechando a R$ 2,4574, maior queda percentual desde 18 de dezembro de 2013. Com isso, a moeda americana encerra a semana em alta de 1,09% e acumula valorização de 0,40% no mês. No mercado futuro, o contrato para novembro recuava 1,80% para R$ 2,459. Alguns agentes ainda consideram que há indefinição sobre o cenário eleitoral.

Pesquisa Sensus/ISTOÉ divulgada hoje mostrou Aécio Neves (PSDB) à frente da presidente Dilma Rousseff (PT) com 54,6% dos votos válidos, contra 45,4% da candidata petista. O resultado difere das pesquisas Ibope e Datafolha, que mostraram a candidata petista à frente de Aécio Neves.

Ontem, o Datafolha mostrou que a petista abriu 6 pontos percentuais de vantagem sobre o tucano, considerando os votos válidos. Dilma tem agora 53% das intenções de votos, contra 47% de Aécio. A vantagem anterior de Dilma era de 4 pontos. Pelo Ibope, a candidata do PT está 8 pontos à frente de Aécio, revertendo uma desvantagem de 2 pontos da pesquisa anterior. Dilma tem hoje 54% dos votos válidos, contra 46% do tucano.

Os mercados também repercutem a notícia da revista "Veja", sobre o depoimento do doleiro Alberto Youssef à Política Federal. Segundo a revista , o doleiro teria afirmado em depoimento de deleção premiada que tanto Dilma como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam dos desvios de recursos da Petrobras.

As notícias alimentaram as apostas em uma vitória do candidato Aécio Neves, visto pelo investidores com perfil mais pró-mercado. Hoje será realizado o último debate entre os candidatos à Presidência antes da eleição no domingo, que será transmitido hoje à noite pela Rede Globo.

Segundo analistas, o nervosismo pode retornar aos mercados na segunda-feira no caso de uma reeleição da presidente Dilma, cuja política econômica tem sido criticada pelos investidores pelo maior intervencionismo no mercado. Nesse caso, o dólar poderia testar o patamar de R$ 2,60 logo no início da próxima semana. Já em um cenário de vitória de Aécio Neves, a expectativa é que o choque de confiança levaria a uma valorização do câmbio, que poderia voltar para o patamar abaixo de R$ 2,40.

O candidato tucano defende como agenda econômica a retomada do tripé macroeconômico, baseado em câmbio flutuante e cumprimento das metas de inflação e fiscal.

Nesse cenário, a política de intervenção no câmbio dependerá do cenário eleitoral. Em caso de vitór ia da presidente Dilma, é provável que o Banco Central tenha que fazer intervenções adicionais para controlar a alta do dólar. Já em um cenário Aécio, a menor pressão de alta da moeda americana permitiria ao BC manter as intervenções, pelo menos até o fim do programa de intervenção, previsto para 31 de dezembro.

Seguindo o cronograma de intervenção no câmbio, o BC rolou hoje mais 8 mil contratos de swap cambial que venceriam em novembro, além de vender 4 mil contratos de swap cambial dentro do leilão do programa de intervenção.

Lá fora, a moeda americana caía frente às principais divisas após dados mais fracos que o esperado do mercado imobiliário nos Estados Unidos e de preocupações com o impacto da epidemia do vírus Ebola.

O Dollar Index, que acompanha o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de divisas, caía 0,19%.