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Juros futuros caem com expectativa em torno de nova equipe econômica

28/10/2014 18h26

Os juros futuros caíram em bloco nesta terça-feira na BM&F em meio ao tombo do dólar e às expectativas em torno da formação da equipe econômica do segundo governo de Dilma Rousseff. A perspectiva de que Dilma, sob inspiração do ex-presidente Lula, adote uma postura mais pragmática e anuncie nomes pró-mercado para o ministério da Fazenda e o Banco Central (BC) refreiam as apostas em uma alta das taxas.

Analistas ressaltam que, embora os fundamentos domésticos ? superávit primário, inflação, crescimento e contas externas ? tenham se deteriorado, os investidores estrangeiros mostram apetite pelas altas taxas locais e não se pode descartar um rali dos títulos públicos caso haja uma pequena restauração da confiança.

"Está se consolidando no mercado uma expectativa positiva para o nome do ministro da Fazenda", afirma Rogério Braga, sócio e diretor de gestão de portfólios de renda fixa e multimercados da Quantitas, que têm mais de R$ 15 bilhões sob gestão.

Segundo a jornalista do Valor Claudia Safatle, o ex-presidente Lula sugeriu a Dilma três nomes para ocupar o ministério da Fazenda: Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Henrique Meirelles, ex-presidente do BC e Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

Ressalta-se, contudo, que o giro de contratos negociados foi fraco. E isso sugere um quadro de cautela e falta de convicção dos agentes. Ao lado do temor de apostar em alta das taxas e de ser atropelado pela avalanche de capitais externos caso Dilma forme um time pró-mercado, permanece a desconfiança na disposição da presidente em promover mudanças significativas.

Entre os contratos mais curtos, DI janeiro/2016 caiu de 11,83% para 11,79%. Na parte intermediária da curva, DI janeiro/2017 desceu de 12,07% para 11,94%. Entre os longos, DI janeiro/2021 recuou de 12,14% para 11,97%. Mantém-se o quadro de inclinação positiva da curva a termo desenhado ontem ? a mudança mais significativa no mercado de juros futuros em resposta à reeleição de Dilma.

Também contribuiu para o giro reduzido hoje na BM&F a expectativa pelo anúncio, amanhã, da decisão de política monetária do Federal Reserve. Qualquer mudança de tom na comunicação do BC americano pode mexer com as taxas dos Treasuries e, por tabela, com a curva a termo local.