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Juros futuros curtos disparam na BM&F após alta surpresa da Selic

30/10/2014 17h56

Os juros futuros ligados diretamente ao rumo da taxa Selic dispararam nesta quinta-feira na BM&F em resposta à surpreendente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 11,25% ao ano, no que seria o primeiro passo de um novo ciclo de aperto monetário.

Na contramão, as taxas dos contratos mais longos apresentaram ligeira queda e voltaram a se situar abaixo das curtas ? reflexo da confiança de que a ação do BC, ao reduzir os riscos inflacionários, pode abrir espaço para juros menores no médio prazo. No jargão do mercado, a curva a termo voltou a ficar "negativamente inclinada", o que atestaria o sucesso do suposto "choque de credibilidade" da decisão do Copom.

Entre os curtos, o DI janeiro/2015 ? que abriga as apostas para a Selic em dezembro ? subiu de 10,94% para 11,25%. Os investidores também trataram de ajustar posições em contratos que antes ficavam em segundo plano. Com giro de mais de 100 mil contratos, DI abril/2015 subiu de 11,26% para 11,63% e DI julho/2015, de 11,50% para 11,87%. Ambos refletem as apostas para o rumo da Selic ao longo do primeiro semestre do ano que vem.

Entre os intermediários, DI janeiro/2016 ? que abriga as estimativas para a taxa básica no fim de 2015 ? passou de 11,83% para 12,17%. Já o contrato para janeiro de 2017 passou de 11,98% para 12,24%.

A curva a termo ? que antes da decisão do Copom ontem já embutia uma aperto monetário de cerca de 1 ponto, com provável início em dezembro ? passou a precificar Selic em 12,75% no terceiro trimestre de 2015, segundo cálculos da gestora Quantitas. É claro que parte disso reflete um prêmio de risco e seja provável que a taxa básica não vá tão longe. Em todo caso, cristaliza-se a visão de que a alta de ontem não faz parte de um movimento curto de aperto que se encerrará já em dezembro ou, no mais tardar, no início de 2015.

Na ponta longa da curva, mais ligada a percepção de risco, DI janeiro/2021 caiu de 12,15% para 12,09%. A diferença entre o DI/janeiro de 2016 ? que capta a expectativas para o ciclo total de aperto monetário ? e o DI janeiro/2021 é negativa em 0,15 ponto percentual.