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Em meio à volatilidade eleitoral, Bovespa sobe quase 1% em outubro

31/10/2014 18h01

Outubro foi um mês de intensa volatilidade para a bolsa brasileira por causa das eleições. Na semana passada, antes da realização do segundo turno, o Ibovespa mergulhou quase 7% e registrou sua pior semana nos últimos dois anos. Nesta semana, recuperou 5,2%, uma das melhores semanas deste ano. No fim das contas, o Ibovespa terminou o mês com leve alta de 0,95%. E no ano acumula ganho de 6,0%.

A guinada não ocorreu por causa da reeleição de Dilma Rousseff. A presidente nunca esteve na preferência dos investidores. Mas os primeiros sinais dados pelo governo após a resposta das urnas fez muita gente repensar sua avaliação sobre como será a segunda gestão de Dilma: alta inesperada da Selic para conter a inflação, especulações sobre escolha de um nome de mercado para comandar o ministério da Fazenda, e expectativa de reajuste dos combustíveis.

Hoje, a Bovespa operou em alta desde o início do pregão, acompanhando o cenário externo. Lá fora, a decisão do Banco do Japão de ampliar estímulos para incentivar o crescimento da economia agradou investidores no mundo t odo. As bolsas europeias subiram mais de 2% e em Wall Street, os índices também apontavam alta na casa de 1%.

À tarde, o ganhos da bolsa brasileira aceleraram, impulsionados pelas ações da Petrobras. Segundo operadores, circularam nos "chats" das mesas de operações informações de que a reunião do conselho da estatal teria acabado por volta das 15 horas. Foi a deixa para que surgissem especulações sobre as decisões do encontro.

A expectativa é que a Petrobras anuncie ainda hoje um aumento dos combustíveis. Conforme o Valor apurou nesta semana, o aumento deve ficar na casa dos 4% a 5%. Além do reajuste em si, o mercado também aguarda a possível aprovação do chamado "gatilho", que permitiria o reajuste automático da gasolina sempre que a diferença de preços entre os mercados doméstico e internacional alcançasse um determinado patamar.

Outra possibilidade cogitada é que o governo retome a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis, que havia sido zerada no ano passado para permitir um reajuste maior à Petrobras, sem causar impacto na inflação. O aumento da taxa básica de juros (Selic) pelo Copom na última quarta-feira teria aberto espaço para o reajuste - e talvez para a volta da Cide.

A eventual volta da Cide deve ser bem recebida pelo mercado, uma vez que tende a melhorar o quadro das contas fiscais do país, que hoje registraram déficit primário no acumulado ano pela primeira vez na série histórica do Banco Central.

O Ibovespa fechou em alta de 4,38%, na máxima de 54.628 pontos, com giro de R$ 8,308 bilhões. Petrobras PN (6,70%, a R$ 15,28) e ON (6,31%, a R$ 14,65) também encerraram no preço máximo do dia. Antes das 15 horas, os papéis marcavam alta na casa de 1,5%.

Entre as demais ações de peso do índice Itaú PN subiu 3,28%, Bradesco PN teve alta de 3,52%, Ambev ON ganhou 4,39% e Vale PNA avançou 5,12%. A Ambev apresentou lucro de R$ 2,813 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma expansão de 22,6% sobre igual período do ano passado. O resultado veio em linha com a expectativa dos analistas, que projetavam ganho de R$ 2,899 bilhões no período.

As teles dominaram a lista de maiores altas do dia - TIM ON (15,32%), Oi ON (13,04%) e Vivo PN (8,14%) - diante da possibilidade de a subsidiária brasileira da Telecom Italia ser comprada e repartida por Oi, Claro e Vivo. Segundo a "Folha de S.Paulo", o acordo está fechado e o valor pode chegar a R$ 31,5 bilhões. A entrega da proposta estaria condicionada à venda dos ativos da Oi em Portugal.

Santander Unit (-6,44%) foi a única baixa entre as 70 ações do Ibovespa. A partir de hoje, as ações do Santander Brasil deixam de ser listadas no nível 2 da BM&FBovespa, passando a ser negociadas no segmento tradicional da bolsa. A mudança é consequência da oferta de troca de units e ações realizada ontem. Na operação, o Santander Espanha adquiriu 1.640.644 ações e 517.827.702 units do Santander Brasil, que representam 13,65% do capital social da filial brasileira.