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Queda do Ebitda no Brasil no 3o. tri é "anormal", diz AB Inbev

31/10/2014 13h46

A maior cervejaria do mundo Anheuser-Busch InBev (AB InBev) informou nesta sexta-feira durante teleconferência com analistas que a queda no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Ambev reportado no terceiro trimestre foi um resultado ?anormal' e que não muda as perspectivas do grupo para o país nos próximos trimestres.

No trimestre, o Ebitda no Brasil teve uma queda de 5%, para R$ 2,68 bilhões, resultado impactado pela retração nas áreas de cerveja e refrigerante e pela alta da inflação, aliada a um aumento da depreciação industrial. A margem Ebitda teve redução de 3,8 pontos percentuais, para 50,4%.

"O resultado foi anormal e não deve se repetir, nem altera as projeções da companhia para o ano", afirmou Carlos Brito, executivo-chefe (CEO) da Anheuser-Busch InBev (AB InBev). Ele observou que a companhia ainda sofreu no trimestre um impacto forte de aumento das despesas gerais e administrativas e gastos mais altos com mudança no mix de embalagens e marketing, mas a expectativa é que esses custos se traduzam em um aumento do consumo nos meses seguintes.

O Ebitda ajustado cresceu 2,5%, para R$ 4,09 bilhões. A margem Ebitda ajustada teve queda de 1,6 ponto percentual para 47,5%. Esse resultado considera um ganho relacionado a um resultado positivo de processos judiciais registrados no ano passado.

Para o ano, a companhia manteve a previsão de crescimento de "dois dígitos baixos" no Brasil. O executivo também observou que, no trimestre, a Ambev conseguiu ganhar 1 ponto percentual de participação de mercado em relação ao terceiro trimestre de 2013, chegando a uma participação de 69%. Em relação ao segundo trimestre deste ano, houve um avanço de 0,6 ponto percentual.

Em relação ao desempenho global da AB Inbev, o executivo destacou o resultado forte no Brasil, na China e nos Estados Unidos. E estimou melhora nos números no quarto trimestre, com as vendas de verão na América Latina e o lançamento da marca Montejo nos Estados Unidos. Brito também espera um crescimento mais forte nas vendas da marca Bud Light na América do Norte.

Para a AB Inbev, Brito projeta um crescimento no ano de "um dígito alto simples". No terceiro trimestre, o lucro líquido atribuído a controladores da AB InBev cresceu 5,6%, para US$ 2,5 bilhões. A receita líquida avançou 4,3%, para US$ 12,24 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da belga-brasileira somou US$ 4,74 bilhões no trimestre, alta de 1,7%. Já o resultado operacional foi de US$ 3,89 bilhões, recuo de 0,3%.

Mesmo com uma visão mais otimista dos próximos trimestres, a companhia resolveu cortar sua meta de investimentos para o ano. A expectativa do que ela espera gastar ao redor do mundo recuou de US$ 4 bilhões para US$ 3,7 bilhões.

Fusões e aquisições

Durante a teleconferência, Carlos Brito disse ainda que, em função do cenário global econômico ainda adverso e devido à necessidade da companhia de controlar custos, a AB Inbev será mais seletiva na área de fusões e aquisições. "Estamos prontos para avaliar oportunidades e vamos fazer aquisições se o preço fizer sentido neste momento", disse o executivo, sem dar mais detalhes.