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Após especulações, investidor adota cautela e Bovespa fecha em queda

03/11/2014 17h56

A segunda-feira foi de correção dos exageros de sexta, quando a Bovespa subiu mais de 4% com especulações de aumento da gasolina e de escolha de um nome de mercado para comandar o ministério da Fazenda no segundo governo de Dilma Rousseff.

Sem aumento e sem nomeação, o clima neste início de semana foi de cautela entre os investidores, o que fez o volume financeiro cair drasticamente em relação à média negociada em outubro. O ambiente no mercado internacional também foi mais tenso nesta segunda-feira, após uma rodada de indicadores fracos, especialmente na China.

O Ibovespa fechou em baixa de 1,25%, aos 53.947 pontos, depois de fazer mínima nos 53.053 pontos (-2,88%. O volume somou R$ 6,207 bilhões, bem abaixo da média de R$ 10 bilhões diários registrada em outubro.

"O mercado não consegue atrair novos investidores. Há muita especulação sobre quem será o novo ministro da Fazenda. De uma lista de cinco nomes, sobraram dois. E o reajuste da gasolina não veio, o que fez Petrobras devolver boa parte da alta da sexta", comenta o especialista em bolsa da Icap Brasil, Rogério Oliveira.

Petrobras PN (-2,81%) e ON (-2,73%) puxaram as perdas entre as principais ações do índice. Na sexta-feira, a reunião do conselho de administração da estatal foi interrompida e adiada para amanhã. O reajuste dos combustíveis sequer chegou a ser discutido. Segundo apurou o Valor, o problema que emperrou a reunião está ligado à auditoria da PwC, responsável pelos balanços da Petrobras. O balanço, cuja divulgação era esperada na sexta, foi adiado para 14 de novembro, um dia antes do prazo legal.

Entre as demais ações de peso do índice, Itaú PN (-0,35%) reduziu as perdas, acompanhada de Bradesco PN (-1,23%), Ambev PN (-1,21%) e Vale PNA (-0,27%).

O índice de atividade (PMI, na sigla em inglês) da indústria na China caiu de 51,1 em setembro para 50,8 em outubro, colaborando para causar mal humor nos mercados e pressionar as ações ligadas a commodities, como a Vale. Na semana passada, o Banco Mundial afirmou que a China pode desacelerar o crescimento para perto de 7% no próximo ano.

Santander Unit (-7,94%) liderou as perdas do Ibovespa, seguida por Duratex ON (-7,07%) e BR Malls ON (-6,13%).

Os papéis do Santander seguem ladeira abaixo desde a oferta de permuta por recibos de ações (BDRs) da matriz espanhola na semana passada, que retirou parte das ações do mercado. A redução da liquidez do ativo foi um dos motivos para o BTG Pactual classificar as units do Santander como "underperform" (desempenho abaixo da média do mercado).

Já a fabricante de painéis e pisos de madeira, louças e metais sanitários trouxe lucro de R$ 82,2 m ilhões no terceiro trimestre, uma queda de 51,7% frente a igual período do ano passado. O aumento dos custos e de despesas financeiras prejudicaram a última linha do balanço da Duratex.

Na ponta positiva do índice o destaque foi Oi PN (3,07%). O papel avançou com a confirmação da oferta da Altice pela Portugal Telecom por 7,025 bilhões de euros, excluindo caixa e dívida. "Essa notícia aumenta a possibilidade da Oi entrar na disputa pelos ativos da TIM Brasil, conforme vem sendo especulado", destaca a Guide Investimentos em nota.

Na semana passada, o jornal "Folha de S. Paulo", publicou que as operadoras Claro e Vivo (-0,89%) fecharam acordo com o banco BTG Pactual para, junto com a Oi, comprar a TIM (0,51%), e reparti-la em três. Para a Oi entrar na proposta ela precisaria se desfazer dos ativos da Portugal Telecom (PT).