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Bovespa cai e dólar sobe com correção e expectativa por ministério

03/11/2014 13h41

Os mercados financeiros passam por uma correção após os intensos movimentos observados na sexta-feira passada, quando investidores repercutiam a inesperada decisão do Banco Central de elevar o juro básico da economia em 0,25 ponto percentual. A Bovespa cede, motivada também pelo desempenho fraco das bolsas na Europa e de indicadores moderados vindos da China, que justificam o recuo dos preços das commodities. Já o dólar e os juros operam em alta.

Os investidores trabalham na expectativa por notícias relativas à formação da equipe econômica do segundo governo Dilma Rousseff. Há grande ansiedade, principalmente, em relação a quem ocupará o Ministério da Fazenda.

Bolsa

O Ibovespa devolve parte do ganho visto na sexta-feira, quando avançou 4,38%. A queda era de 2,13% às 13h30, para 53.464 pontos, e também seguia as perdas na Europa, após dados econômicos fracos. Números da China pressionam as commodities, o que afeta ações no Brasil.

"É a primeira segunda-feira sem eleições. Ainda há um resquício, que é a expectativa pela escolha do Ministro da Fazenda", diz um operador. Fontes ouvidas pelo Valor informam que a resistência de Dilma ao nome de Henrique Meirelles para a Fazenda diminuiu.

As ações da Petrobras, depois de forte alta na expectativa de anúncio de reajuste de combustíveis, caem com força. A perda das PN era de 4,06% e a das ON de 4,57%. "O noticiário da Petrobras no final de semana acabou sendo bastante negativo. A expectativa de reajuste que seria anunciado na sexta-feira acabou não sendo consolidada", diz a Guide Investimentos em nota desta manhã.

Do outro lado, Oi PN dispara e sobe 5,38%, após a confirmação da oferta da Altice pela Portugal Telecom. As ações da TIM também sobem, com alta de 1,34%. As ações reagem à perspectiva de proximidade da consolidação do setor. O movimento seria liderado pela Oi, em conjunto com Claro, da América Móvil, e Vivo, da Telefónica, para a compra da TIM e partilha de seus ativos.

Câmbio

O dólar segue em firme alta ante o real, depois de arriscar um ajuste técnico mais cedo em resposta à disparada de quase 3% da sexta. As operações domésticas são influenciadas por uma rodada global de valorização da moeda americana e também por um conjunto de dúvidas no plano local.

"A volatilidade deve continuar firme no câmbio ainda por algum tempo. Se existe uma certeza é que o governo terá um longo trabalho para reconquistar a confiança dos empresários e do mercado, e nesse processo vamos ter solavancos", diz o operador de câmbio da Intercam Corretora Glauber Romano.

Às 13h30, o dólar comercial subia 0,84%, a R$ 2,4980, não distante da máxima do dia, de R$ 2,5005. O dólar para dezembro avançava 0,94%, a R$ 2,5185.

Mas a alta do dólar no exterior também influencia os negócios no plano doméstico. A moeda americana renovou as máximas em mais de dois anos ante o euro e em quase sete anos contra o iene, em meio a perspectivas de aumento de juro nos EUA em 2015. O dólar australiano recuava cerca de 1,1%, enquanto a lira turca caía 0,7%.

Juros

O baixo volume de negócios é o destaque no mercado de juros nesta segunda-feira. O giro reduzido é uma demonstração de que há pouca convicção a respeito do rumo das taxas agora e que agentes preferem aguardar mais notícias para assumirem novas posições.

Depois da forte correção que se viu nos preços na semana passada, a partir da decisão inesperada do Copom de elevar a taxa Selic em 0,25 ponto, o mercado se acomoda. A grande expectativa está voltada para a definição da equipe econômica. Claramente, o comportamento dos ativos sugere que há uma esperança de que o nome a ser escolhido seja um defensor de uma política econômica mais ortodoxa. Isso indica que, se a definição decepcionar, há potencial para uma piora de humor.

Na pesquisa Focus desta manhã, o mercado já corrigiu suas expectativas para o rumo da Selic em 2015. A mediana das projeções para a taxa de juros no fim do ano que vem passou de 11,50% para 12%.

Há pouco, DI janeiro/2021 era negociado a 12,08%, de 11,98% na sexta-feira (giro de 28 mil contratos). DI janeiro/2017 operava a 12,37% (12,28% na sexta-feira), com 32 mil contratos.