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PT quer maior participação na política econômica do novo governo Dilma

03/11/2014 19h31

A Executiva Nacional do PT, reunida nesta segunda-feira em Brasília, decidiu que o partido precisa participar "ativamente" das decisões do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, especialmente no debate sobre a política econômica, sobre a reforma política e a democratização dos meios de comunicação. O documento do partido divulgado nesta tarde também referenda uma pauta à qual o governo é avesso, como o fim do fator previdenciário e a jornada de 40 horas de trabalho, sem redução de salário. Por fim, o documento prega a reaproximação do partido com os movimentos sociais.

"O PT deve buscar participar ativamente das decisões acerca das primeiras medidas do segundo mandato, em particular sugerir medidas claras no debate sobre a política econômica, sobre a reforma política e em defesa da democracia nos meios de comunicação", diz o texto. Destaca que é preciso "incidir" na disputa principal do segundo mandato: "as definições sobre os rumos da política econômica". Na última semana, o presidente do PT, Rui Falcão, declarou que o partido gostaria de ser ouvido sobre a indicação do sucessor de Guido Mantega no Ministério da Fazenda.

No documento, o PT também reafirma o seu compromisso com uma série de plataformas, a começar pela reforma política e pela democratização dos meios de comunicação. Neste ponto, o texto destaca que o partido trabalhará para que o governo tome "medidas avançadas" nesta área e alerta que será travada uma "batalha" no Congresso para aprovar a Lei da Mídia Democrática.

O PT volta a defender uma reforma política, que seja precedida de um plebiscito, por meio de uma Constituinte exclusiva. É o mesmo modelo que a presidente Dilma Rousseff apresentou em meio às manifestações que levaram um milhão de brasileiros às ruas em junho de 2013, mas que foi rechaçado pelo Congresso.

Das pautas que foram levadas às ruas no ano passado, o PT defende a destinação de 10% das receitas correntes brutas para a saúde e a criminalização da homofobia - esta, uma promessa de campanha de Dilma. A Executiva petista referenda, ainda, a agenda da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em que se destaca o fim do fator previdenciário e a jornada de 40 horas, sem redução de salário - itens a que o governo se opõe.

O partido busca uma reaproximação dos movimentos sociais. Na esteira da derrubada do decreto da presidente Dilma que regulamentava os conselhos populares, o PT prega a coexistência da democracia representativa, da democracia direta e da democracia participativa, para que a "mobilização e a luta social influenciem a ação dos governos, das bancadas e dos partidos políticos". O partido também convoca a militância para sair às ruas em defesa da reforma política nos dias 9 a 15 de novembro.