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Juros futuros caem na BM&F com cena externa e ajuste de posições

14/11/2014 17h51

Com a cena externa mais calma e a moderação da alta do dólar, após o Banco Central aumentar o nível de rolagem de swaps cambiais, os investidores viram uma janela de oportunidade para aproveitar as elevadíssimas taxas locais. O resultado foi uma queda em bloco dos juros futuros na BM&F, com as tesourarias ajustando posições após a sequência de pregões de alta dos prêmios.

Entre as taxas intermediárias, o DI janeiro/2017 caiu de 12,87% para 12,73%. Na ponta longa da curva, DI janeiro/2021 recuou de 12,80% para 12,71%.

Nos níveis atuais, as taxas já trariam retornos mais ou menos compatíveis com a extensa lista dos problemas domésticos ? a indefinição em torno do nova equipe econômica, a novela para a provação da nova lei orçamentária no Congresso e até os efeitos imprevisíveis da operação Lava-Jato sobre a governabilidade.

O fato de o Banco Central ter anunciado o aumento da rolagem de swaps cambias quando o dólar ultrapassou R$ 2,60 sugere que a autoridade monetária não vai ficar de braços cruzados caso haja pressões para uma rodada mais forte de depreciação do real. Sem uma piora no cenário externo, o espaço para um alta do dólar no curto prazo parece menor, o que traz certo conforto para as aplicações em renda fixa.

"O BC mostrou a cara no mercado. Com o dólar caindo no mundo e a percepção de que R$ 2,62 [máxima do dólar no dia] seja o topo de curto prazo, quem queria vender DI criou coragem", afirma o sócio de uma gestora de recursos local

Além disso, dados muito fracos do emprego formal em outubro sinalizam uma piora do mercado de trabalho capaz de mitigar os riscos inflacionários no médio prazo, o que se reflete principalmente na parte intermediária e longa da curva. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) saldo negativo de 30.283 empregos em outubro, o pior saldo para o mês desde 1999. A estimativa média de 11 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data apontava saldo positivo de 56,7 mil postos de trabalho formais no mês passado.

Ressalte-se que a queda dos prêmios hoje se deu em meio a muita volatilidade e a um giro reduzido de negócios, o que mostra um mercado frágil, sem confiança e disposição para montagem de posições estruturais. "A incerteza é muito grande e ordem é operar apenas no giro. Tudo pode piorar na semana que vem", afirma um operador.