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Leilão de energia A-5 tem deságio médio de 1,72%

28/11/2014 12h14

(Ampliada às 12h14) O preço médio final do leilão de geração energia A-5 realizado hoje foi de R$ 196,11 por megawatt-hora (MWh), correspondendo a um deságio médio de 1,72%. Com isso, o leilão movimentou R$ 114,5 bilhões, uma economia de R$ 2 bilhões para os compradores em relação aos preços iniciais.

O leilão, que contratou empreendimentos novos e início de suprimento em 1º de janeiro de 2019, contratou 2.742 megawatts (MW) médios de garantia física, ou 4.979 MW de potência instalada. A garantia física total inserida no sistema é maior, já que as empresas não são obrigadas a vender toda a garantia dos empreendimentos no Ambiente de Mercado Regulado (ACR), podendo guardar um montante para venda no Ambiente de Mercado Livre (ACL).

Da garantia física inserida no sistema, a fonte mais contratada foi gás natural, que correspondeu a 1.724 MW médios, ou 59,44% do total. A fonte eólica foi a segunda mais utilizada, correspondendo a 15,02% do total, ou 435 MW médios. O carvão correspondeu a 11,15% do total, ou 323,5 MW médios.

Dos compradores, os destaques foram a Cemig Distribuidora, que contratou 13,5% do total negociado, seguida pela Celpa, com 8,8%. Em seguida, aparecem Eletropaulo, que contratou 6,8% do total, e Copel Distribuidora, com 6,46%.

A maior parte da garantia física inserida no sistema se concentrou no Rio Grande do Sul (RS), seguida por Pernambuco (PE) e Amazonas (AM).

Fases

A disputa, realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e operacionalizada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), durou menos de uma hora e foi dividida em duas fases.

Na primeira fase, foi oferecida energia na Usina Hidrelétrica Itaocara I, com preço máximo de R$ 114 por megawatt-hora (MWh). Não houve compra de energia desse empreendimento.

Na segunda fase, foi contratada energia de fonte eólica, termelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

As usinas eólicas venderam 415,1 MW médios, com preço médio de R$ 136 /MWh, deságio de 0,7% ante o preço máximo de R$ 137/MWh. O montante vendido representou 15% do total contratado no leilão.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica) esperava responder por mais de 60% da capacidade contratada na disputa, "em linha com o que vem ocorrendo nos últimos leilões", afirmou Elbia Melo, presidente da associação.

Com isso, a previsão era que a fonte cumprisse com folga a meta de contratação de 2 mil MW neste ano, considerada um patamar mínimo para garantir lucro às fabricantes de equipamentos do setor. Antes do leilão, os projetos eólicos tinham vendido 1,32 mil MW.

Os empreendimentos termelétricos venderam 2.303 MW médios, com preço médio de R$ 205,19/MWh, deságio de 1,82% em relação ao máximo R$ 209/MWh. Houve venda de usinas movidas a biomassa, gás natural e carvão.

O leilão também contratou 23,7 MW médios de três PCHs, ao preço médio de R$ 161,89/MWh, deságio de 1,2% ante o preço máximo de R$ 164/MWh.

Inicialmente, o governo pretendia incluir quatro hidrelétricas no leilão. Além de Itaocara I estavam previstas as usinas de Ercilândia (87 MW) e Apertados (139 MW), ambas no rio Piquiri (PR) e Perdida 2, de 42 MW, no rio Perdida (TO). Os projetos Ercilândia e Perdida 2 não obtiveram licença prévia ambiental a tempo de serem incluídos no leilão. Com relação a Apertados, ainda não se sabe a razão para o empreendimento ter sido retirado da licitação.

Ao todo, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou 821 projetos de geração para o leilão. Os projetos são de fonte eólica, solar, de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e de térmicas a gás natural, carvão e biomassa. Juntos, os empreendimentos somam 29.242 MW de capacidade.

As eólicas respondem pelo maior número de projetos habilitados (577) e de potência cadastradas (14.155 MW), seguidas pelas usinas fotovoltaicas, com 179 projetos, totalizando 4.872 MW instalados. As PCHs somam 25 projetos, com 412 MW, enquanto as térmicas a biomassa totalizam 21 usinas, com 1.353 MW instalados. Estão habilitadas nove térmicas a carvão (3.890 MW) e seis térmicas a gás natural (4.142 MW).