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Bancos, Petrobras e Oi levam Bovespa a fechar no vermelho

12/01/2015 17h56

A Bovespa acompanhou o sinal negativo das bolsas americanas nesta segunda-feira, pressionada pelas ações de bancos, Petrobras e da Oi. Lá fora, o ritmo lento de recuperação da economia mundial voltou a preocupar os investidores e derrubou novamente a cotação do petróleo. Aqui, notícias específicas de empresas e setores justificaram as perdas acentuadas.

O Ibovespa fechou em baixa de 1,43%, aos 48.140 pontos, depois de fazer mínima nos 47.955 (-1,81%). O volume financeiro foi mais fraco do que nos últimos pregões, com giro de R$ 5,620 bilhões.

Petrobras PN (-5,21%) e ON (-5,59%) devolveram os ganhos registrados no fim do pregão de sexta-feira e voltaram a sentir o tombo do petróleo no mercado internacional. O contrato futuro do Brent recuou mais de 5%, para casa de US$ 47,50 por barril. O Goldman Sachs reduziu suas projeções para o barril do Brent esse ano, de US$ 84 o barril para US$ 50 o barril. Com isso, o preço-alvo em doze meses para as ações PN da Petrobras caiu de R$ 12 para R$ 11.

O mercado segue na expectativa pela divulgação do balanço do terceiro trimestre. A CM Capital Markets lembra que havia uma reunião do conselho de administração da estatal prevista para hoje. "A expectativa é que essa semana seja realizada a votação para novos conselheiros, todavia, o anúncio só deve sair depois da divulgação do balanço. Até lá, a influência do preço do barril de petróleo e as especulações em relação a uma possível troca no comando da empresa devem ditar o comportamento dos papéis", afirmou o estrategista Marco Aurélio Barbosa em nota.

O setor bancário também ajudou a pressionar o Ibovespa. Itaú PN caiu 2,41%, seguida por Bradesco PN (-1,77%), Banco do Brasil ON (-1,73%) e Santander Unit (-1,09%). Várias notícias negativas atingiram o setor nos últimos dias.

Ontem, a "Folha de S.Paulo" informou que a derrocada de Eike Batista custou caro aos bancos. Até agora, segundo o jornal, o setor amarga perdas de pelo menos R$ 7,9 bilhões. Esse montante equivale a 27% do prejuízo provocado pelo ex-bilionário na praça, que atinge também fornecedores e compradores de seus títulos de dívida. No total, o rombo provocado por Eike chega a R$ 29,2 bilhões. Não está incluída na conta a desvalorização das ações de suas empresas.

Além disso, a Fitch Ratings avaliou em relatório divulgado na semana passada que os bancos podem ter de reforçar suas provisões para créditos desembolsados para companhias envolvidas na investigação da Operação Lava-Jato. Para a agência de classificação de risco, os bancos públicos podem ser os mais afetados por terem maior exposição a companhias dos setores de óleo, gás e construção.

Reportagem do Valor de sexta-feira também mostrou que cinco grandes bancos do país ? Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e HSBC ? serão chamados para explicar por que comunicaram apenas parte das operações financeiras suspeitas às autoridades. Se for comprovado algo que caracterize crime, os bancos podem ser multados.

Oi PN mergulhou 13,63% e liderou a lista de maiores baixas do dia. O mercado aguardava com apreensão a assembleia geral de acionistas da Portugal Telecom, que votaria a venda dos ativos da Oi em Portugal aos franceses da Altice. No entanto, diante da pressão do regulador de mercado português, a CMVM, e do presidente da mesa no encontro de acionistas, Antonio Menezes Cordeiro, a votação foi adiada para 22 de janeiro.

Ao adiar a decisão, a Oi segue em uma delicada situação financeira, com pouca flexibilidade para participar de um eventual movimento de consolidação no Brasil. Em Lisboa, a negociação dos papéis da Portugal Telecom está suspensa desde sexta-feira, por decisão da CMVM, que cobra "informações relevantes" sobre a companhia. A autoridade argumenta que pede há semanas informações necessárias para os acionistas votarem de forma "ponderada e esclarecida" a venda da PT Portugal, incorporada pela Oi em maio, mas não recebe respostas.

A CMVM também defendeu que a conclusão da investigação feita às instalações da Portugal Telecom pela empresa de auditoria PwC deveria ser conhecida com a antecedência legal de 21 dias. Mas o documento foi publicado apenas no dia 8 de janeiro.

Na ponta positiva do mercado resistiram BB Seguridade ON (2,38%), Braskem PNA (1,91%) e Ambev ON (1,88%).