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Dólar fecha em alta reagindo a mercado externo e fluxo negativo

12/01/2015 17h26

Depois de cair 2% na semana passada, o dólar encerrou hoje em alta frente ao real, acompanhando o movimento no exterior. Dados mais fortes da economia americana divulgados na semana passada deram suporte à alta do dólar, abrindo espaço para o Federal Reserve continuar com o plano de normalização da política monetária. No mercado interno, a saída maior de recursos ajudou a intensificar a queda do real.

O dólar comercial subiu 1,14%, encerrando a R$ 2,6675. Já o contrato futuro para fevereiro avançava 1,34% para R$ 2,682.

Analistas afirmam ter verificado maior saída de recursos hoje, depois de terem identificado ingresso líquido na semana passada, o que contribuiu para acentuar o movimento de alta do dólar no mercado doméstico. "Hoje teve saída tanto no mercado à vista quanto no de derivativos", afirma Italo Abucater, especialista em câmbio da corretora Icap.

Lá fora, a moeda americana subia frente às principais divisas em movimento de correção após a queda verificada na última sexta-feira. Os dados positivos da economia americana divulgados na semana passada endossam as expectativas de que a alta de juros será gradual nos Estados Unidos.

Hoje o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, que tem direito a voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) este ano, disse que provavelmente apoiará a alta da taxa de juros em meados de 2015. "Acredito que a primeira ação para elevar a taxa de juro tende a ser justificada no meio do ano", disse, em discurso preparado para um evento no Rotary Club em Atlanta.

A queda do preço do petróleo e a preocupação com a desaceleração da economia global também pesavam sobre as moedas emergentes.

O dólar subia 0,43% em relação ao dólar australiano, 0,54% frente à lira e 0,28% diante do peso mexicano.

No mercado local, o Banco Central seguiu com as intervenções no câmbio e vendeu todos os 2 mil contratos de swap cambial ofertados no leilão do programa de intervenção, além de renovar mais 10 mil contratos que venceriam em fevereiro.

O profissional da área de câmbio de uma gestora chama atenção para a forte queda da taxa do casado (diferença em pontos entre os dólares futuro e à vista) e das taxas do cupom cambial - juro em dólar. Segundo ele, as oscilações para baixo nesses indicadores, especialmente na semana passada quando o real se valorizou 2,05% em relação ao dólar, sugerem que pode ter havido um firme ingresso de recursos ao país.

"Depois da forte saída de dezembro, os dados sinalizam que os primeiros dias do ano foram de fluxo bem positivo na conta financeira. A questão é saber se isso vai durar", afirma o profissional. "Ainda não vimos uma janela de captação mais clara. O ambiente lá fora inspira mais cautela, mas como não temos uma temporada boa de captações há um tempo e talvez as empresas precisem ir a mercado de qualquer forma."

O fluxo cambial fechou dezembro negativo em US$ 14,050 bilhões. No dia 2 de janeiro, único dado de 2015 disponível até agora, as saídas de dólares superaram as entradas em US$ 1,087 bilhão. Na próxima quarta-feira o Banco Central divulga os números referentes à semana passada.