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ONS diz que não houve apagão, mas 'desligamento preventivo de carga'

20/01/2015 20h34

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta terça-feira que uma série de ajustes técnicos serão feitos nas usinas que desligaram automaticamente na segunda (19). Ele disse que alguns ajustes serão aprofundados, como no caso da usina nuclear de Angra 1, que não poderia ter sido desligada.

"Usinas nucleares têm uma proteção de subfrequência especial. E a Eletronuclear vai levar essa análise para o seu fabricante para fazer esse ajuste que precisamos no sistema, para que, se repetir um evento dessa natureza, ela não desligue", disse o diretor, em entrevista coletiva, após participar de reunião com agentes sobre o corte de energia ocorrido ontem.

Segundo Chipp, há excesso de energia no Norte e no Nordeste, mas não é possível trazer toda a energia para o Sudeste, por medida de segurança. Isso porque, se a linha operar no limite e houver um problema, isso pode gerar um "efeito dominó" e um desligamento de proporções maiores.

O diretor do ONS explicou que a manobra para limitar o volume de interligação do Norte e Nordeste para o Sudeste causou um leve desvio de frequência no sistema, que seria administrável, caso as usinas não desligassem.

Questionado sobre a fala do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, de que teria havido uma falha técnica, Chipp afirmou que não houve falhas. "Ele [ministro] deve estar se referindo provavelmente a falha do sistema de proteção das usinas, desses ajustes que hoje identificamos e serão investigados. Isso eu não considero falha", completou.

Questionado, Chipp disse que não há probabilidade de que novos eventos do tipo ocorram na mesma proporção, justamente por causa dos ajustes que estão sendo feitos. Segundo ele, o temor levantado por especialistas de que não há energia suficiente para o horário de pico do sistema no verão, não procede. Chipp afirmou que ainda não há "restrição de capacidade de energia".

Ele também negou que tenha havido um apagão ontem e sim o que chamou de "desligamento preventivo de carga". "Foi um corte preventivo de carga para evitar desligamento de maiores proporções", completou.

O diretor-geral também afirmou que não há necessidade de reduzir o consumo neste momento. Ele disse esperar que o bloqueio climático parcial que está fazendo com que a frente fria não chegue na região Sudeste/Centro-Oeste seja dissipado. Ele ressaltou que ainda está no meio do período úmido e que as chuvas que virão até abril poderão trazer alívio ao sistema.