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Juros futuros curtos sobem com aposta de mais aperto monetário

23/01/2015 17h39

Os juros futuros tomaram caminhos distintos hoje na BM&F. Enquanto as taxas curtas subiram na esteira da alta do dólar e do IPCA-15 de janeiro, o que reforça as apostas em continuidade do aperto monetário, as longas caíram refletindo o ambiente externo e a perspectiva de que os riscos inflacionário se dissipem no médio prazo com um Banco Central (BC) mais rigoroso.

O IPCA-15 acelerou de 0,79% em dezembro para 0,89% em janeiro. Embora levemente abaixo da média do Valor Data (0,90%), o resultado levou a inflação acumulada em 12 meses para 6,69%, ou seja, acima do teto de tolerância da meta de inflação (6,5%).

Analistas estima que o IPCA feche janeiro e fevereiro ao redor de 1%, levando a inflação em 12 meses a superar 7%. Afora os aumentos já esperados de tarifas públicas, entrou no radar a possibilidade de mais pressões inflacionárias de curto prazo por conta de um provável racionamento de energia.

Esse panorama sugere que o Banco Central não apenas vai dar prosseguimento ao aperto monetário como pode repetir a dose de alta de 0,50 ponto percentual no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) em março.

No Fórum Econômico Mundial, em Davos, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a inflação ficará "bastante alta" no curto prazo, mas que já se vê um recuo das expectativas para os próximos anos. Embora veja o IPCA "em trajetória de declínio" e "em direção ao centro da meta (4,5%) em 2016", Tombini sinalizou a continuidade do aperto monetário. "Está tudo bem? Está tudo maravilhoso? Não. Temos que continuar vigilantes para atingir o centro da meta em 2016", afirmou.

Na BM&F, DI abril/2015 ? que abriga justamente as apostas para o próximo encontro do colegiado do BC ? subiu de 12,24% para 12,265%. DI janeiro/2016 ? que espelha as expectativas para o rumo da Selic até o fim do ano ? subiu um degrau, de 12,68% para 12,69%.

As taxas longas se mostraram mais voláteis ao longo do pregão, mas acabaram fechando em baixa, acompanhando o quadro global. Lá fora, a taxa da T-note de 10 anos era negociada a 1,832% (ante 1,869%). Também pode ter contribuído para o recuo dos prêmios a perspectiva de que o Banco Central aperte a política monetária ainda mais, o que dissiparia o risco de inflação no médio prazo.

DI janeiro/2021 desceu de 11,82% para 11,66%. Com isso, a diferença para a taxa do DI janeiro/2017 passou de -0,57 para -0,70, o que revela, em tese, uma queda da percepção de risco.