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Ford prevê queda de até 5% das vendas de veículos em 2015

03/02/2015 13h25

Depois que os números de janeiro mostraram queda de 18,8% dos emplacamentos de veículos no país, ante igual período de 2014, o vice-presidente de assuntos corporativos da Ford na América do Sul, Rogelio Golfarb, disse hoje que as vendas da indústria automobilística podem fechar 2015 amargando queda de até 5%.

É uma previsão mais pessimista do que a manifestada pela Anfavea, a entidade representativa das montadoras instaladas no país, cujas projeções apontam para uma repetição dos 3,5 milhões de veículos vendidos no ano passado.

Após participar de apresentação da Ford sobre a conectividade dos automóveis na Campus Party, feira de tecnologia realizada na zona sul da capital paulista, Golfarb avaliou que o mercado sente neste início do ano efeitos da antecipação de compras em dezembro, quando consumidores correram às concessionárias para escapar da alta no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), confirmada na virada do ano.

Ao comentar o tombo das vendas em janeiro, o executivo também citou a influência da alta no custo dos financiamentos, a seletividade bancária nas liberações de crédito e o impacto sobre a confiança do consumidor de notícias sobre demissões e ajustes nas políticas fiscal e monetária, que vão pesar no orçamento das famílias.

Golfarb disse ver com preocupação o fato de o comércio de veículos estar em baixa apesar de as concessionárias ainda terem em estoque grande volume de carros com IPI reduzido.

O executivo, no entanto, afirmou que também não é correto "definir" como será 2015 tendo como parâmetro apenas o desempenho de janeiro, um mês tradicionalmente mais fraco do que os demais por conta das férias escolares e das contas de início de ano com impostos como o IPVA e o IPTU, além da compra de material para a volta às aulas.

Embora acredite que a queda do consumo de veículos poderá chegar a 5% até dezembro, Golfarb disse que a montadora ainda não "crava" o número deste ano porque ainda não é possível medir qual será o impacto das medidas anunciadas pela nova equipe econômica, que incluem alta de juros, taxação de operações financeiras e das importações - com impacto sobre os custos das matérias-primas das fábricas -, aumento de combustíveis e mudanças em direitos trabalhistas.