IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Petrobras dispara 15% e garante alta da Bovespa em meio a rumores

03/02/2015 18h05

A terça-feira foi de euforia no mercado acionário brasileiro, com investidores empolgados com boatos de troca de comando da Petrobras. Cerca de uma hora antes do fechamento da Bovespa veio a informação de que a presidente da estatal, Graça Foster, estaria reunida com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. As ações PN da companhia subiram mais de 15%.

Notícias positivas vindas do exterior também colaboraram para a alta dos ativos brasileiros. O barril do petróleo registrou forte avanço e o novo governo da Grécia divulgou um plano para renegociar a dívida com seus credores. As principais bolsas europeias fecharam em alta e os índices americanos também estavam no azul há pouco.

O Ibovespa fechou em alta de 2,76%, aos 48.963 pontos, com volume de R$ 7,330 bilhões. Petrobras PN subiu 15,47%, para R$ 10,00, enquanto a ação ON ganhou 14,23%, para R$ 9,79. Os papéis entraram em leilão por 15 minutos duas vezes durante o pregão devido às fortes oscilações. O procedimento é previsto no manual operacional da Bovespa sempre que um ativo apresenta intensa volatilidade.

Além dos boatos sobre a troca de comando, a alta do petróleo no mercado internacional também favoreceu os papéis da estatal. Por volta das 17h30, o contrato do WTI para março avançava 7,00%, para US$ 53,03, enquanto o Brent subia 5,84%, para US$ 57,95 por barril.

O mercado aguarda a confirmação da saída de Graça Foster a qualquer momento, enquanto especula sobre quem será seu substituto. Os nomes ventilados nas mesas de operações até agora são do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, do ex-presidente da OGX e ex-diretor da Petrobras Rodolfo Landim, e ainda do ex-presidente da Vale Roger Agnelli.

Os investidores praticamente ignoraram o fato de a agência Fitch ter rebaixado a nota de risco de crédito da Petrobras nesta tarde, de "BBB" para "BBB-", nota que ainda é considerada como grau de investimento. Segundo a Fitch, o rebaixamento reflete a crescente incerteza quanto à capacidade da Petrobras de estimar e registrar um ajuste em sua base de ativos, o que pode permitir a uma parcela significativa de credores da Petrobras acelerar o vencimento de dívidas.

O cenário externo foi positivo nesta terça-feira e também favoreceu a recuperação das ações locais, especialmente as ligadas a commodities. Vale PNA ganhou 4,81%, Bradespar PN teve alta de 5,93% e CSN ON subiu 3,66%. Ações que estavam muito descontadas também subiram, como PDG Realty ON (19,14%) e Oi PN (6,60%).

O novo governo da Grécia divulgou ontem um plano para renegociar a dívida com seus credores. O país está preparado para considerar um swap de dívida que ampliaria os vencimentos, além de vincular os pagamentos ao crescimento futuro.

O mercado reagiu ainda à divulgação do balanço do quarto trimestre do Itaú Unibanco, que superou a expectativa dos analistas. O banco fechou o quarto trimestre com lucro líquido contábil de R$ 5,52 bilhões, o que representou alta de 18,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Itaú PN subiu 2,79%, acompanhada de Bradesco PN (3,69%) e Banco do Brasil ON (3,21%).

Outro balanço divulgado hoje foi o do Santander Brasil apresentou lucro líquido contábil de R$ 2,161 bilhões no ano de 2014, com alta de 2,6% em relação ao ano de 2013. O lucro gerencial - que representa o lucro líquido contábil mais 100% da reversão da despesa de amortização do ágio - somou R$ 5,850 bilhões, com alta de 1,8% no mesmo período. As units do banco sobem 4,00%.

A lista de baixas do dia trouxe as elétricas Light ON (-6,66%), Energias do Brasil ON (-4,14%) e Cemig PN (-2,00%), além das empresas de educação Kroton ON (-3,43%) e Estácio ON (-3,05%).

Segundo analistas, uma das razões para a pressão sobre os papéis de educação pode ser a posse do novo presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Antonio Idilvan de Lima Alencar. Ele trabalhou com o atual Ministro da Educação, Cid Gomes, cuja nomeação não foi bem recebida pelo mercado. Alencar foi secretário-executivo de Educação do Ceará, de 2007 a 2014.

O FNDE é a autarquia do MEC que gerencia o Fies, financiamento que passou por uma série de medidas restritivas. O setor sofre desde o fim do ano passado, o setor de educação sofre com pesadas vendas em bolsa devido às mudanças nas regras de concessão do Fies.