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Dólar sobe pela 5ª sessão consecutiva e se aproxima de R$ 2,80

10/02/2015 10h15

O dólar sobe pelo quinto pregão consecutivo ante o real nesta terça-feira, na maior série de altas em quase dois meses, que leva a cotação a se reaproximar da marca de R$ 2,80, nas máximas em dez anos. O mercado segue demandando dólares com ruídos locais e incertezas no exterior, centradas especialmente na Grécia e na China. A alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) e a queda do petróleo também influenciam as operações no mercado interno.

O pano de fundo local segue dominado por incertezas sobre a viabilidade do cumprimento da meta de superávit primário de 1,2% do PIB, que ganharam força depois da divulgação de números fiscais fechados de 2014 piores que o esperado. A crise envolvendo a Petrobras e os crescentes riscos de racionamento de água e energia acabam impondo ainda mais pressão sobre os já baixos níveis de confiança do setor produtivo, o que joga contra o crescimento do país.

Às 10h09, o dólar comercial subia 0,55%, para R$ 2,7940, após máxima de R$ 2,7956. Ontem, o dólar alcançou R$ 2,7976, maior patamar intradia desde dezembro de 2004. Caso feche em alta, a moeda norte-americana vai terminar a quinta sessão consecutiva de ganhos, a maior série desde a de cinco pregões de valorização finda em 16 de dezembro.

No mercado futuro, o dólar para março se apreciava 0,88%, a R$ 2,7951. O rendimento real (yield) do Treasury de dez anos superou hoje a marca de 2,000% pela primeira vez desde 9 de janeiro e é cotado agora em 1,988%. Altas nos retornos dos títulos do Tesouro americano tornam as aplicações em dólar mais atrativas, o que tende a prejudicar papéis de mercados emergentes e, por tabela, depreciar suas moedas.

A queda nos preços do petróleo, em meio às dúvidas sobre se a China pode anunciar medidas de estímulo, corrobora o cenário mais cauteloso para divisas emergentes. O risco maior de a Grécia sair da zona do euro completa o pano de fundo favorável à moeda americana.

O mercado monitora ainda o noticiário vindo da Turquia, onde líderes do G-20 participam de encontro anual do grupo. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participam de reuniões com demais autoridades do grupo.