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Queda no preço do minério faz Vale fechar minas de alto custo

26/02/2015 14h30

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou nesta quinta-feira que a companhia fechou 2014 com um "sólido desempenho financeiro e operacional", apesar da queda dos preços das commodities. O executivo ressaltou os recordes de produção de minério de ferro, cobre e ouro, além da maior produção de níquel desde 2008.

Em teleconferência com analistas, Ferreira disse que o atual patamar de preços do minério de ferro - no quarto trimestre de 2014, o preço médio realizado pela companhia ficou em US$ 61,6 por tonelada para o finos de minério - já começa a provocar o fechamento de algumas minas de alto custo, inclusive de estatais chinesas.

"Melhores condições de mercado para o minério de ferro são esperadas, com novo preço de equilíbrio mais à frente", disse Ferreira, acrescentando que a empresa pretende acelerar desinvestimentos e parcerias em 2015.

Ferreira destacou a redução adicional de US$ 1,2 bilhão em despesas e lembrou que, apesar da queda dos preços das commodities, da manutenção dos investimentos em patamar elevado e do pagamento de dividendos de US$ 4,2 bilhões no ano passado, a dívida da mineradora permaneceu estável.

Segundo ele, a companhia espera manter o pagamento de "bons dividendos" em 2015 e 2016, mesmo com as estimativas de investimentos ainda elevados.

O diretor-executivo de finanças e relações com investidores, Luciano Siani, acrescentou que não há expectativa da companhia de redução de seus ratings por parte das agências de classificação de risco. Segundo ele, também não há expectativa para perda do grau de investimento.

"Como as agências de risco já incorporaram preços menores para o minério de ferro, esperamos não haja mudança [nos ratings] nos dois próximos anos", frisou Siani.

Bolsa

A Vale iniciou o pregão desta quinta-feira da BM&FBovespa em queda depois de apresentar ao mercado seu balanço do quarto trimestre e de 2014. As ações ordinárias recuavam 1,49% por volta das 10h18m, cotadas em R$ 21,81, e as preferenciais de classe A perdiam 1,62%, negociadas a R$ 18,83. O Ibovespa caía 0,07%, para 51.775 pontos.

A empresa informou que conseguiu reduzir seu prejuízo líquido em 71,3% no período de outubro a dezembro, frente aos mesmos meses de 2013, para US$ 1,85 bilhão. Analistas consultados pelo Valor, porém, esperavam perdas de US$ 456 milhões a US$ 1,43 bilhão no trimestre.

Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 67,1% e terminou em US$ 2,19 bilhões, sendo que a média de projeções, obtidas com cinco casas de análise, era de US$ 2,55 bilhões, em média. A receita líquida era aguardada em US$ 8,95 bilhões, mas superou as expectativas ao somar US$ 9,07 bilhões - apesar da queda de 30,9% em um ano.