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Participação de importados no consumo nacional bate recorde em 2014

05/03/2015 01h58

O coeficiente de penetração das importações, que mede a participação dos produtos importados no consumo nacional, subiu 0,6 ponto percentual, para 22%, em 2014, e bateu novo recorde, informoua Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira.

O valor é o mais alto desde o começo da série histórica, iniciada em 1996, informa o estudo "Coeficientes de Abertura Comercial". O estudo é feito em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).

O consumo de insumos importados pela indústria também foi recorde. O índice, de 24,2% em 2014, teve aumento de 0,8 ponto percentual frente ao ano anterior. "O coeficiente de insumos importados manteve um crescimento ininterrupto desde 2010 e, em 2014, alcançou novo marco da série histórica", assinala o estudo.

Esse aumento no índice foi puxado sobretudo pela indústria de transformação, cujo coeficiente de insumos importados atingiu 24,9% no ano passado. Dos 21 segmentos analisados, apenas os de celulose e papel e derivados do petróleo e biocombustíveis tiveram queda no coeficiente de insumos importados frente a 2013. Já o coeficiente de exportação, que calcula o percentual da produção exportado, foi de 18,8%. O índice se manteve praticamente estável em 2014 na comparação com 2013, quando atingiu 19%.

De acordo com a pesquisa, o crescimento da fatia dos insumos importados na indústria geral aliado à estabilidade nas vendas para o exterior contribuiu para a queda de 0,8 ponto percentual no coeficiente de exportações líquidas, que é a diferença entre a receita com exportações e o gasto com insumos importados. Em 2014, esse índice foi de 3,5% frente a 4,3% em 2013.

Na indústria de transformação, o valor dos insumos importados superou o valor da receita com exportações pelo segundo ano consecutivo e mantém-se abaixo de zero, em -1% em 2014. "O comportamento dos coeficientes de abertura comercial mostra que a depreciação do real não teve, ainda, o efeito de estímulo às exportações e desestímulo às importações", diz a CNI.