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Cenário externo e Petrobras pesam sobre Bovespa, que perde 2,5%

26/03/2015 17h53


A Bovespa passou por forte correção nesta quinta-feira, acompanhando o clima de aversão ao risco no exterior e reagindo também ao noticiário doméstico, que teve como destaques o relatório de inflação do Banco Central e a pesquisa de emprego do IBGE. Praticamente todas as ações de peso do Ibovespa caíram mais de 2%, com destaque para Petrobras, que perdeu quase 5%, devolvendo os ganhos do pregão anterior.

Operadores citaram os conflitos no Oriente Médio, em particular no Iêmen, como a fonte de preocupação dos investidores internacionais, que hoje inverteram o fluxo na Bovespa e marcaram presença maior na ponta vendedora. As perspectivas piores do Banco Central para inflação e crescimento econômico e aumento do desemprego no Brasil também serviram de justificativa para a cautela.

O Ibovespa fechou em baixa de 2,47%, aos 50.579 pontos, com volume de R$ 6,488 bilhões. "Tivemos uma abertura de pregão complicada. As bolsas caíram forte na Europa e moderadamente nos Estados Unidos. Aqui tivemos um conjunto de fatores externos e internos pesando sobre o mercado", resume o especialista em bolsa da Icap Brasil, Rogério Oliveira. "Faltam notícias positivas para que o mercado volte a subir e consiga vencer resistências gráficas importantes", afirma, lembrando que o Ibovespa testou a linha dos 52 mil pontos no começo da semana, mas não teve força para superá-la.

O mercado passou o dia monitorando a reunião do conselho de administração da Petrobras. Segundo apurou o Valor PRO, por volta das 16h o colegiado permanecia reunido para discutir os balanços referentes ao terceiro e quarto trimestres de 2014. Os números, no entanto, não deverão ser aprovados no encontro. Os conselheiros também deverão discutir a forma de reportar, no demonstrativo financeiro, a baixa nos ativos devido aos efeitos do esquema de corrupção interna na companhia, e os trabalhos em andamento das comissões internas de apuração de irregularidades.

Petrobras PN (-4,97%) e ON (-5,04%) ficaram entre as principais perdas do dia, devolvendo os ganhos de ontem, quando especulações de que o balanço sairia hoje impulsionaram os papéis. Entre as demais ações de peso do índice, Itaú PN caiu 2,82%, acompanhada por Bradesco PN (-3,07%), Vale PNA (-3,46%) e Ambev ON (-1,79%).

Apenas oito das 68 ações do Ibovespa resistiram em alta, com destaque para BR Properties ON (2,69%), BM&FBovespa ON (2,58%) e Fibria ON (1,85%). O Bank of America Merrill Lynch (BofA) elevou os preços-alvo das ações das empresas de papel e celulose Suzano, Klabin e Fibria e reiterou a recomendação de compra. Segundo os analistas do banco, a decisão foi motivada, entre outros fatores, por uma avaliação de atratividade, pelo cenário de ganhos fortes, com as margens rompendo novas máximas ao longo do ano. Também pesou a perspectiva de depreciação do real, o que pode levar a uma "significativa geração de caixa livre".

Na ponta negativa do Ibovespa ficaram Eletrobras ON (-6,45%), Braskem PNA (-6,43%) e Kroton ON (-6,20%). O ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, sinalizou ontem, durante audiência na Câmara dos Deputados, que o governo não vai garantir novas vagas dentro do Financiamento Estudantil (Fies) no segundo semestre.

Ao ser questionado sobre o volume da oferta de vagas novas para 2015, ele disse apenas que, até o momento, 201 mil estão reservadas, mas que ainda não há definição sobre uma eventual nova rodada na segunda metade do ano. Em 2014, o governo disponibilizou 730 mil contratos novos.