Dólar fecha em queda diante de perspectiva de aperto monetário pelo BC
Apesar do cenário de maior aversão a risco no exterior, o dólar fechou em queda frente ao real, pressionado pela venda da moeda por parte de investidores estrangeiros e pela perspectiva de que o Banco Central deve seguir com o ciclo de aperto monetário.
O dólar comercial caiu 0,44% e fechou a R$ 3,1898, descolando do movimento de valorização da moeda americana no exterior. Já o euro recuava 1,21%, cotado a R$ 3,4698.
No mercado futuro, o contrato para abril recuava 0,33% para R$ 3,196.
A perspectiva de que o Banco Central deve seguir com o ciclo de aperto monetário e o atual patamar do câmbio têm tornado os ativos no mercado brasileiro mais atrativos para os investidores estrangeiros, atraindo recursos para o mercado local.
Operadores relatam ter verificado hoje a venda de dólares por parte de investidores estrangeiros, que buscaram realizar parte do lucro com as posições compradas, com o dólar no patamar de R$ 3,19.
Já a perspectiva de continuidade do ciclo de aperto monetário foi reforçada pelo Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e pelos comentários do diretor de Política Econômica e Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu Pereira.
No RTI, o Banco Central destacou que os avanços no combate à inflação não se mostram suficientes para fazer a inflação convergir para o centro da meta, de 4,5%, em 2016. Logo depois, ao comentar o RTI, Awazu disse que a política monetária está e continuará vigilante para assegurar convergência da inflação à meta em 2016.
Apesar da atividade econômica fraca dar suporte ao processo de encerramento do ciclo de alta da taxa Selic, os investidores ainda veem a necessidade de uma extensão do ciclo de aperto monetário dadas as expectativas inflacionárias ainda altas e o risco de uma desvalorização maior da taxa de câmbio. No seu cenário de referência, o BC considerou a taxa de câmbio constante em R$ 3,15 até o primeiro trimestre de 2017, mas há riscos tanto no cenário interno quanto no externo .
No mercado doméstico, a tensão entre Congresso e Executivo traz dúvida sobre a capacidade do governo em conseguir apoio para aprovar as medidas fiscais. Além disso, há preocupação com a extensão da crise da Petrobras, que disse hoje que ainda não há prazo para a divulgação do balanço e que pretende divulgar "o mais rápido possível".
Do lado externo, a discussão sobre o início do processo de normalização da taxa de juros nos Estados Unidos continua mantendo as moedas emergentes sob pressão.
Hoje o dólar subiu frente às principais divisas após a divulgação de dados melhores que o esperado nos Estados Unidos, que reforçaram as apostas de que o Federal Reserve pode começar a subir a taxa de juros em junho.
Os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 282 mil na semana passada, mostrando um recuo maior que o esperado pelo mercado, que era de 290 mil.
O Dollar Index, que acompanha o desempenho da moeda americana frente a uma cesta com as principais divisas, subia 0,49%.
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