Consumo das famílias sobe 1,1% no quarto trimestre, diz IBGE
(Atualizada às 13h14) O consumo das famílias brasileiras cresceu 0,9% no ano de 2014, uma taxa bem inferior ao avanço de 2,9% registrado em 2013, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os principais fatores para essa desaceleração foram as maiores taxas de juros e de inflação e o menor acesso ao crédito, afirmou a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis, após a divulgação do PIB de 2014 hoje de manhã.
A pesquisadora citou o aumento da taxa Selic, de 8,2% (média) ao ano em 2013, para 10,9%, em 2014, a inflação medida pelo IPCA, que cresceu 6,3% no ano passado, e a maior seletividade na concessão de crédito como as principais razões para a redução no ritmo do consumo das famílias.
"O crédito, por exemplo, vinha crescendo bastante, focado nas pessoas físicas, e no ano passado passou por uma estagnação em termos reais. Tudo isso afetou o consumo das famílias", disse. A diminuição das despesas pessoais foi sentida principalmente em setores como arte e recreação, acrescentou.
No último trimestre de 2014, o consumo das famílias aumentou 1,1% em relação aos três meses imediatamente anteriores, feitos os ajustes sazonais, O resultado ficou acima das previsões coletadas pelo Valor Data, que na média indicavam alta de 0,4%. Em relação ao quarto trimestre de 2013, o consumo das famílias subiu 1,3%.
No terceiro trimestre, o consumo das famílias aumentou 0,4% sobre o segundo, dado revisado de uma queda de 0,3%.
O consumo do governo, por sua vez, aumentou 1,3% em 2014, uma taxa menor do que os 2,2% de 2013. Apenas no quarto trimestre, houve queda de 0,6% em relação aos três meses imediatamente anteriores, feitos os ajustes sazonais. Em relação a igual período em 2013, a queda nos gastos da administração pública foi de 0,2%.
Pouca contribuição
Mesmo com o desempenho positivo do consumo das famílias e da administração pública no ano passado, a absorção doméstica deu pouca ajuda ao crescimento econômico no período. Segundo cálculos do IBGE, a soma da demanda das famílias, dos gastos do governo e do investimento acrescentou apenas 0,1 ponto percentual ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, que avançou 0,1%.
De acordo com o órgão, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas e construção civil), ao recuar 4,4% no ano, "tirou" 0,7 ponto do PIB. Já o consumo das famílias, que cresceu 0,9%, somou 0,6 ao indicador, e o aumento de 1,3% das despesas da administração pública contribuiu com o PIB em 0,3 ponto.
Em 2013, o IBGE calcula que a contribuição da absorção interna ao crescimento foi bem maior, de 3,5 pontos, enquanto o setor externo diminuiu o PIB em 0,8 ponto.
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