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Cunha atribui manifestações contra ele ao PSOL e a militantes do PT

27/03/2015 15h03


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atribuiu principalmente ao PSOL e a militantes do PT a manifestação realizada contra ele nesta sexta-feira na Assembleia Legislativa de São Paulo. Na casa, o deputado participou do evento "Câmara Itinerante" para debater a reforma política, o pacto federativo e a crise hídrica.

"Ali tinha militante do PT e do PSOL. Mas, basicamente, a maioria era do PSOL", afirmou Cunha a jornalistas após a realização do evento.

Exibindo faixas com frases como "Fora Cunha" e "Corrupto, Homofóbico e Machista", um grupo de cerca de 20 manifestantes vaiou o presidente da Câmara e fez pedidos de instalação de uma Assembleia Constituinte para a realização da reforma política

A sessão da Assembleia Legislativa chegou a ser suspensa pelo presidente da Casa, o deputado estadual Fernando Capez (PSDB-SP), e só foi retomada após a retirada à força dos manifestantes das galerias da assembleia.

Financiamento de campanha

Se fosse levada ao plenário da Câmara dos Deputados neste momento, a proposta que prevê a instituição do financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais não seria aprovada, afirmou Cunha.

De acordo com o presidente da Câmra, os debates sobre o financiamento público de campanha e o voto em lista nas eleições proporcionais são "legítimos". No entanto, ele ressaltou que a maioria do Parlamento não defende o financiamento público. "Acho que a maioria da Casa não quer o financiamento público. Nesse dia de hoje, [essa proposta] não passaria".

Além do financiamento público de campanha, a proposta de realização de uma constituinte exclusiva para a reforma política também não seria aprovada no Congresso, afirmou ele. "Não tem guarida no Parlamento", disse Cunha, acrescentando ser "frontalmente contrário" à ideia.

Cunha ironizou, ainda, o tamanho da bancada que apoia a proposta de constituinte. "É uma minoria muito restrita, talvez do tamanho dos manifestantes que estavam aqui. Não passa de 20 pessoas", afirmou, em alusão aos protestos realizados contra ele. De acordo com Cunha, a bandeira da constituinte exclusiva é do PT.

Cunha voltou a criticar, ainda, o apoio do governo federal à criação do Partido Liberal (PL). Segundo ele, esse apoio ajudou "agravar" a crise política.

Além de rechaçar o financiamento público e a constituinte exclusiva, Cunha também se posicionou de forma contrária à taxação de heranças e grandes fortunas, outra bandeira do PT.

"Sou contra você tributar patrimônio. Sou a favor de tributar renda". Segundo ele, tributar patrimônio é a "mesma coisa" que mandar embora o patrimônio do país.