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Déficit de fevereiro era esperado, diz secretário do Tesouro

31/03/2015 13h18


O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, apontou que o déficit do governo central em fevereiro "foi, em certa medida, esperado". O déficit foi de R$ 7,357 bilhões, pior resultado para meses de fevereiro desde o começo da série histórica, em 1997.

Segundo o secretário, dois fatores explicam o comportamento: a queda da receita real, expurgando as receitas extraordinárias, e uma "adequação" de pagamentos pelo lado do custeio. "Isso faz com que o resultado de fevereiro tenha essa performance", disse.

No lado das receitas, que tiveram alta real de 0,1%, Saintive destacou a forte queda do IRPJ e CSLL, também houve redução do Cofins em função de compensações financeiras, resultado do recuo do preço do petróleo e queda de produção de algumas plataformas. "Mas é uma questão sazonal", disse.

Na comparação com fevereiro do ano passado, outro fator a atrapalhar a comparação é a queda no recebimento de dividendos na ordem de R$ 3 bilhões. Sem se referir a nenhuma empresa especificamente, Saintive disse que "a falta de balanço de estatais" reduziu arrecadação de dividendos.

Ainda na parte de gastos, Saintive afirmou que o governo vai anunciar o contingenciamento de despesas em abril e reiterou que a equipe econômica segue vigilante para cumprir a meta fiscal prometida, de 1,2% do PIB. "O resultado não é de todo surpresa, mas isso só mostra a importância do controle de gastos daqui para frente", disse.

Despesas

Saintive ressaltou que as despesas no bimestre ficaram estáveis em termos reais em relação a igual período de 2014. Já na comparação nominal, a alta foi de 7,5%.

No entanto, em fevereiro, a despesa total avançou em ritmo mais acelerado do que a receita.

Um dos desembolsos que mais subiram no mês foram os subsídios e subvenções econômicas. Sobre esse assunto, o secretário do Tesouro disse que o compromisso é "pagar tempestivamente determinadas despesas" e que "não tem nada distorcido ou fugindo do nosso controle".

Entre essas despesas, Saintive citou o abono salarial, Fundeb e salário-educação.