IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Mais ociosa, indústria volta a demitir em fevereiro, aponta CNI

31/03/2015 16h28


O setor manufatureiro ficou mais ocioso e voltou a diminuir o número de empregados em fevereiro, de acordo com a pesquisa "Indicadores Industriais", da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta terça-feira.

O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) caiu de 80,9% em janeiro, para 79,7% em fevere iro. Desde fevereiro de 2009 a indústria não tinha tanta capacidade ociosa. No mesmo período do ano passado, o Nuci estava em 82,4%.

"Os dois primeiros meses de 2015 sugerem que este será um ano de muita dificuldade para o setor industrial. A atividade está em um nível muito baixo. Além do ajuste fiscal em curso, é necessário que o governo sinalize que ser ão tomadas medidas estruturantes para estimular uma reação do setor industrial", afirmou, em nota, o gerente-executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

A contração na atividade se converteu em queda nos postos de trabalho. O indicador de emprego diminuiu 0,1% entre fevereiro e janeiro, depois de três meses sem cair. A retração chega a 3,8% em relação ao mesmo mês de 2014. O número de horas trabalhadas, considerado um indicador antecedente do emprego, caiu 0,5% ante janeiro e recuou 9,5% ante fevereiro do ano passado.

Mesmo com a redução no emprego, a massa salarial e o rendimento médio, ambos reais, aumentaram 0,4% em relação a janeiro, apesar de se manterem abaixo dos níveis registrados em fevereiro de 2014. A massa salarial real caiu 4,6% e o rendimento médio real cedeu 0,8% quando comparados com o resultado de fevereiro do ano passado.

Na contramão da produção, o faturamento subiu 1,9% em fevereiro ante o mês anterior, feitos os ajustes sazonais, informou a CNI. Mas ficou 9,6% abaixo de fevereiro do ano passado. No primeiro bimestre, o faturamento real do setor registra queda de 8,8%.

Setores

A queda da produção, do emprego e do faturamento na indústria em fevereiro foi generalizada entre os 21 segmentos avaliados pela pesquisa da CNI, na comparação com o mesmo período do ano passado.

No caso do faturamento, 18 dos 21 setores registraram queda no período. Os piores desempenhos ficaram com impressão e reprodução (-40,2%), produtos diversos (-40,7%) e vestuário (-31,6%). O segmento de veículos automotores viu o faturamento cair 19,9% no mês passado, em termos reais, na comparação com fevereiro de 2014. Os únicos a apresentar alta foram celulose e papel (12,9%), químicos (11,4%) e outros equipamentos de transporte (21,6%).

Em relação ao emprego, que caiu em 17 de 21 segmentos, as maiores demissões ocorrem nos segmentos de produtos diversos (-11,5%), veículos (-9,8%), vestuário (-8,1%), metalurgia (-7,5%), máquinas e equipamentos (-7,4%) e derivados de petróleo (-6,8%).

Houve admissões em alguns segmentos como celulose e papel (saldo positivo de 2,3%), químicos (0,2%) e farmacêuticos (2,9%) e minerais não metálicos (1,8%).