Demanda aérea de passageiros em fevereiro é a maior em dez anos
A demanda pelo transporte aéreo doméstico no Brasil, medida em passageiros-quilômetros pagos transportados (RPK na sigla em inglês), subiu 4,1% em fevereiro, na comparação com o mesmo período do ano passado, informou nesta segunda-feira a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Nessa mesma base de comparação, a oferta - em assentos-quilômetros oferecidos (ASK) - registrou aumento de 4,7%.
Com o resultado de fevereiro de 2015, a demanda doméstica completou 17 meses consecutivos de crescimento, e alcançou o seu maior nível para o mês nos últimos dez anos. Já a oferta doméstica apresentou o sexto mês consecutivo de crescimento.
A taxa de aproveitamento das aeronaves em voos domésticos operados por empresas brasileiras (RPK/ASK) foi de 80%. Com este resultado mensal, o indicador registrou queda de 0,6% em relação ao mesmo mês de 2014. Trata-se da primeira baixa do indicador após uma sequência de 18 meses consecutivos de alta.
Entre as principais empresas aéreas brasileiras, TAM e Gol lideraram o mercado doméstico em fevereiro de 2015 com participação (em RPK) de 36,6% e de 36,1%, respectivamente.
A TAM registrou queda de 2,7% em sua participação de mercado, enquanto a Gol apresentou redução de 1,2% nesse indicador.
A Azul prestou informação inexata à Anac relativa à quantidade de passageiros transportados em voos domésticos no mês de fevereiro de 2015, tendo sido instaurado processo administrativo para a apuração de infração por este motivo.
Assim, a quantidade de passageiros transportados em voos domésticos por essa empresa apresentados no relatório são resultado de estimativa feita pela Anac para compor o Relatório de Demanda e Oferta de fevereiro de 2015, buscando apresentação de uma situação mais próxima da realidade.
Rotas internacionais
Em fevereiro de 2015, a demanda (em RPK) do transporte aéreo internacional de passageiros das empresas aéreas brasileiras apresentou crescimento pelo 12º mês consecutivo, com aumento de 31,5% quando comparada com o mesmo mês de 2014.
Já a oferta internacional (em ASK) registrou o sétimo mês consecutivo de crescimento, com relevante alta de 26,9% em comparação a fevereiro de 2014. Tanto a demanda quanto a oferta internacional foram recorde para o mês nos últimos dez anos.
A taxa de aproveitamento das aeronaves em voos internacionais de passageiros operados por empresas brasileiras (RPK/ASK) alcançou 80,3% em fevereiro de 2015, contra 77,5% no mesmo mês de 2014, representando uma variação positiva de 3,6%. Este foi o 17º mês consecutivo de aumento no indicador, que atingiu o seu maior nível para o mês de fevereiro nos últimos dez anos.
Cargas
A quantidade de carga paga transportada no mercado doméstico foi de 23,7 mil toneladas em fevereiro de 2015, com uma redução de 22,6% com relação a fevereiro de 2014, informou a Anac.
É o pior mês de fevereiro para o transporte aéreo de cargas realizado pelas empresas brasileiras desde 2010.
A TAM liderou o mercado de carga doméstica em fevereiro de 2015, com 7,8 mil toneladas pagas transportadas. A Gol foi a segunda maior transportadora de carga no mercado doméstico, com 6,1 mil toneladas.
Avianca destacou-se com crescimento de 52,7% na quantidade de carga paga transportada em fevereiro de 2015, com relação ao mesmo mês do ano anterior.
No resultado acumulado entre os meses de janeiro e fevereiro de 2015, a TAM liderou o mercado de carga doméstica, com 17,0 mil toneladas pagas transportadas (redução de 29,2% em relação ao mesmo período do ano anterior).
Segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), o transporte de cargas aéreas na America Latina sofreu contração de 9,6% em fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado, por causa do fraco desempenho das economias do Brasil e da Argentina.
O resultado foi ainda mais significativo quando se compara com o forte crescimento de 11,7% em volume no transporte de cargas aéreas globalmente.
Conforme a Iata, a atividade de carga aérea na América Latina aumentou nos últimos meses, mas foi insuficiente em fevereiro para compensar a desaceleração nas economias do Brasil e da Argentina.
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