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Dólar fecha em queda pelo quinto pregão consecutivo

06/04/2015 17h45


O dólar fechou em queda frente ao real pelo quinto pregão consecutivo diante do cenário externo mais calmo após os dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos, que reforçaram a aposta na postergação da alta da taxa de juros nos EUA. Investidores seguem reduzindo a posição na moeda americana, realizando parte dos lucros após o real ter liderado a perda frente ao dólar entre as moedas emergentes.

O dólar comercial caiu 0,23% e encerrou em R$ 3,1212. Já o euro recuava 0,33% para R$ 3,4114. No mercado futuro para maio recuava 0,38% para R$ 3,143.

No exterior chegou a recuar após dados econômicos mais fracos que o esperado do mercado de trabalho nos Estados Unidos que deram suporte para o aumento do apetite por ativos de risco. No fim da tarde, a moeda americana mostrou uma recuperação em dia de liquidez baixa em função do feriado na Europa.

A moeda americana subia 0,44% frente ao dólar australiano, 0,07% diante do rand sul-africano, 0,03% em relação à lira turca e 0,54% frente ao peso mexicano. Os dados do "payroll" de março, divulgados na última sexta-feira, vieram piores do que o esperado, apontando a criação de 126 mil postos de trabalho (a expectativa era de 245 mil), além de apresentar revisão para o mês de fevereiro, de 295 mil para 264 mil. A taxa de desemprego se manteve estável em 5,5%, em linha com o esperado.

Já o índice dos gerentes de compras do setor de serviços dos Estados Unidos divulgado hoje mostrou uma queda para 56,5 pontos, abaixo da previsão dos analistas que esperavam 56,9 pontos.

Os dados deram suporte à aposta de que o Fed poderá adiar o início da alta da taxa básica de juros, o que tem dado suporte ao alívio verificado recentemente no câmbio, com o dólar acumulando queda de 2,21% no mês frente ao real.

Para o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, o alívio verificado recentemente na taxa de câmbio reflete apenas uma correção pontual, dado o cenário mais favorável no exterior, mas a tendência é de desvalorização, vendo uma boa oportunidade de compra com um dólar abaixo de R$ 3,10. "O déficit em conta corrente ainda está muito alto e precisa se ajustar. Além disso, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ainda deve enfrentar muita resistência no Congresso para aprovar as medidas de ajuste fiscal", afirma.

Analistas acreditam que o momento é de volatilidade no mercado de câmbio, com a moeda devendo reagir aos dados econômicos nos Estados Unidos. Nesta segunda, o presidente do Federal Reserve de Nova York, Willian Dudley, disse que o momento da elevação da taxa de juros nos Estados Unidos ainda é incerto e depende dos dados econômicos. Ele ainda destacou que mesmo após ciclo de elevação, política monetária continuará acomodatícia.