Venda de smartphones crescerá em ritmo mais lento em 2015, prevê IDC
A venda de smartphones no Brasil continuará a crescer, mas apresentará uma desaceleração considerável em 2015. De acordo com a empresa de pesquisa IDC, serão adicionados ao mercado 8,8 milhões de unidades, um crescimento de 16% sobre o número de 2014 (total de 54,5 milhões).
Apesar de significativo para um ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) deve encolher, o avanço é bem menor que o registrado no ano passado. Na comparação entre 2013 e 2014, o mercado teve um crescimento de 55%, o equivalente a 19,3 milhões de novos aparelhos. O desempenho mais fraco da economia e a maior participação dos smartphones no mercado de celulares são explicações para essa desaceleração. A IDC mede o número de celulares vendidos pelos fabricantes ao varejo, o chamado "sell-in".
Em relação ao desempenho do mercado em 2014, três aspectos chamaram a atenção. O primeiro foi a participação dos aparelhos com acesso às redes de quarta geração, o 4G. De acordo com a IDC, eles representaram 15% das vendas. Para 2015, a expectativa é que essa fatia mais que duplique de tamanho, ficando entre 30% e 35%. "Acredito que os aparelhos com preços intermediários [entre R$ 600 e R$ 900] e os com capacidade para chips de duas operadoras serão os destaques dessa categoria", disse Munin.
Essa tendência talvez seja uma das explicações para outra mudança percebida no ano passado: a maior procura por aparelhos com valores um pouco mais altos. "O brasileiro é muito sensível a preço, mas em smartphones tem avaliado melhor a questão do custo-benefício. E como tem a facilidade de crédito e parcelamento oferecido pelo varejo, em vez de comprar um celular de entrada tem optado cada vez mais por um intermediário", disse Munin.
Outro ponto é a concentração do mercado de smartphones entre as marcas internacionais: 95% das vendas estão concentradas entre Samsung, Apple, Motorola, Sony, LG e Nokia (hoje Microsoft Devices). De acordo com Munin, esse comportamento é totalmente diferente do que acontece em outros países emergentes. "Esse é um fato curioso e mostra que o brasileiro valoriza muito a marca. O nosso mercado está consolidado na mão dos grandes players e tanto fabricantes nacionais quanto os estrangeiros que estão chegando agora têm um grande desafio para se estabelecer por aqui", disse.
Olhando o mercado brasileiro de telefones como um todo, ou seja, somando as vendas dos aparelhos mais simples, os "feature phones", houve uma alta de 7% nas vendas dos fabricantes, com um total de 70,3 milhões de unidades. Isso fez com que o Brasil fechasse 2014 como o 4º maior mercado do mundo, atrás da China, Estados Unidos e Índia.
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