IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ternium questiona eleição de conselho da Usimimas e quer ir à Justiça

07/04/2015 09h59


O grupo italiano Ternium-Techint afirmou, em protesto apresentado ontem, segunda-feira, durante a assembleia geral extraordinária (AGE) que elegeu o novo conselho da Usiminas, que vai buscar as medidas legais cabíveis com vistas a corrigir "ilegalidades" praticadas durante o evento. Diante disso, o grupo, que é acionista controlador da siderúrgica junto com Nippon Steel & Sumitomo, com a qual trava uma disputa pelo comando da Usiminas, defende a anulação da AGE.

"O sr. Paulo Penido, presidente da assembleia - que deverá ser pessoalmente responsabilizado por seus atos abusivos e ilegais - fabricou um procedimento híbrido de eleição (majoritário em relação aos candidatos do grupo de controle e "em separado" em relação aos candidatos indicados pelos acionistas minoritários)", diz a Ternium em protesto anexado à ata da AGE encaminhada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Ternium, que saiu derrotada na AGE, defendia a eleição de apenas sete conselheiros - no evento de ontem foram escolhidos oito membros para o conselho de administração - e aponta irregularidades no uso de ações da empresa Sankyu na eleição. Além disso, menciona o bloqueio de bens de Marcelo Gasparino, que foi eleito presidente do conselho, em uma ação do Ministério Público de Santa Catarina pela época em que era diretor da Celesc.

No documento, o grupo Ternium-Techint manifesta "repúdio" contra os atos praticados por Paulo Penido e "se reserva o direito de buscar as medidas legais cabíveis voltadas à correção da inúmeras ilegalidades por ele praticadas na eleição do conselho de administração por esta assembleia, dada sua manifesta nulidade".

A Ternium também questiona a participação da Sankyu na assembleia como acionista minoritário comum - a AGE foi convocada por um grupo de acionistas minoritários ordinaristas - a despeito de seus "estreitos e indiscutíveis laços históricos, societários e comerciais" com a Nippon Steel & Sumitomo.

"Apesar de todos os acionistas integrantes do grupo de controle terem votado contrariamente à eleição de Lírio Parisotto e Marco Antonio Bologna, o presidente do conselho de administração da companhia, ao arrepio da lei, desconsiderou os mais de 380.766.434 votos contrários à eleição daqueles senhores, fazendo prevalecer os pouco mais de 22.619.746 de votos (aí incluídos os decisivos 9.147.100 de votos da Sankyu) para eleger Lírio Parisotto como conselheiro de administração", afirma a Ternium no protesto.

O presidente do conselho desconsiderou esses 380.766.434 votos, oriundos dos acionistas controladores, pelo fato de Ternium e Nippon Steel não terem chegado a um consenso (conforme exige o acordo de acionistas) sobre os nomes em votação na AGE nem sobre indicação de nome comum. Sendo assim, declarou impedidos e sem efeito os seus votos na assembleia, prevalecendo os votos do minoritários.