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Vale sobe forte, mas Bovespa estável

07/04/2015 17h59



A terça-feira foi de poucas oscilações para a bolsa brasileira, embora algumas ações tenham chamado atenção, como Vale e Usiminas. O noticiário fraco tanto no ambiente doméstico quanto no exterior limitaram as forças do Ibovespa para vencer novas resistências gráficas depois de três pregões seguidos de alta.

O analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo, lembra que o mercado já absorveu a notícia sobre a geração de empregos nos Estados Unidos, que ficou abaixo do esperado em março. O dado provocou forte alta na Bovespa e em Wall Street ontem e nas bolsas europeias hoje.

"Ontem, o Ibovespa atingiu resistências consideráveis, nos 54.500 pontos. Agora, o mercado reflete, testando os vendedores. A relação risco-retorno fica mais difícil, o mercado fica mais seletivo", afirma Figueredo.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,02%, aos 53.729 pontos, com bom volume de R$ 6,229 bilhões. Apesar da queda, estrangeiros ainda marcaram presença na ponta compradora, embora com menor intensidade do que nos últimos dias, relatam operadores.

Vale ON (4,79%) e PNA (3,27%) ficaram no topo do Ibovespa. Operadores classificaram o movimento como uma recuperação técnica, com o papel reagindo à alta do minério de ferro na China, que subiu 0,6%, para US$ 47 por tonelada, quebrando longa sequência de baixas. No exterior, as concorrentes da Vale também avançaram hoje. Rio Tinto subiu 4,06% e BHP Billiton andou 1,96% na bolsa de Londres. Mesmo com a correção de hoje, as ações ON e PNA da Vale ainda acumulam perdas de 13,3% e 16,5% neste ano, respectivamente, enquanto o Ibovespa sobe 7,4%.

Entre as principais ações do índice, Petrobras PN subiu 1,87% hoje, Ambev ON ganhou 1,04%, Bradesco PN teve alta de 0,35% e Itaú PN andou 0,05%.

A Petrobras recebeu hoje indicações dos acionistas minoritários dos candidatos às vagas nos conselhos de administração e fiscal, que serão eleitos na assembleia geral ordinária (AGO) de 29 de abril. Walter Mendes de Oliveira Filho foi indicado como membro do conselho de administração pelos ordinaristas minoritários e Guilherme Affonso Ferreira pelos preferencialistas.

Mendes foi superintendente de renda variável do Itaú de 2003 a 2010, passando depois a atuar em uma gestora independente. Ferreira, minoritário ativista, é atualmente membro do conselho de administração de companhias abertas como a Arezzo, Gafisa e SulAmérica. A estatal informou ainda que Reginaldo Ferreira Alexandre foi indicado pelos ordinaristas minoritários como membro do conselho fiscal, Mário Cordeiro Filho como suplente, Walter Luis Bernardes Albertoni como membro do conselho fiscal indicado pelos preferencialistas e Roberto Lamb como suplente.

Na ponta negativa do mercado ficaram Rumo Logística ON (-9,19%), Usiminas PNA (-4,95%) e PDG Realty ON (-4,16%). As ações da Rumo devolveram ganhos recentes depois de dispararem 26,5% no dia 2 de abril, um dia após a incorporação da ALL pela companhia.

Já Usiminas voltou a registrar comportamentos opostos entre suas ações PNA e ON (9,31%), mesmo após a assembleia que elegeu Marcelo Gasparino, representante dos minoritários no conselho de administração, como presidente do órgão. A Ternium/Techint, que participa do bloco de controle da Usiminas, se declarou contrária à decisão e disse que vai recorrer. Em documento, o grupo ítalo-argentino manifestou repúdio a Paulo Penido, antigo presidente do conselho, por "inúmeras ilegalidades por ele praticadas na eleição".

Também foi eleito para o conselho o empresário Lirio Parisotto, dono da Videolar e da Innova, que terá como suplente Mauro Cunha, presidente da Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec).