Governo está aberto a acordo sobre MPs trabalhistas, diz Barbosa
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que as alterações nos benefícios trabalhistas e previdenciários propostas nas medidas provisórias (MPs) 664 e 665 são "urgentes, essenciais e necessárias", mas que o governo está "aberto ao diálogo" com o Congresso, para que elas sejam aperfeiçoadas. Disse que cabe ao PT liderar o processo de discussão.
"Propusemos ao Congresso o que achamos necessário, na proporção que achamos adequado. É uma proposta do Executivo, que cabe ao Congresso analisar e aperfeiçoar", disse, em audiência pública com deputados e senadores das comissões especiais encarregadas de analisar e aprovar as duas MPs.
Barbosa, que início do seu discurso havia pedido apoio dos parlamentares para a aprovação das medidas, cobrou do PT "comprometimento de liderar esse processo de discussão, de liderar um entendimento em torno dessas medidas".
Segundo ele, foram feitas seis reuniões com centrais sindicais e várias propostas discutidas, mas que o local para um entendimento é o Congresso. "Estamos abertos ao diálogo. Temos o cuidado de trazer o diálogo para cá. Fizemos seis reuniões com centrais sindicais. Propuseram acordo, mas decidimos fazer aqui no Congresso. Não abrimos negociação antes, porque o lugar em que se faz é aqui. Mas as medidas são urgentes, essenciais e necessárias."
Gabas
O ministro Carlos Gabas (Previdência) também manifestou apoio a um entendimento. "O senador Paulo Paim fala de um grande acordo [para aprovar dois substitutivos mudando as propostas das MPs]. Concordamos que aqui cheguemos a um acordo amplo sobre a modulação dessas medidas", disse.
Segundo ele, a Previdência Social tem sustentabilidade, mas as medidas são importantes para o futuro. "As medidas têm efeito acumulado no tempo. O que estamos propondo tem efeito na sustentabilidade no longo prazo. Eu não voltaria para casa tranquilo, tendo passado pela Previdência e não tendo apresentado proposta para sustentabilidade futura do sistema."
De acordo com Gabas, se as regras da Previdência Social não forem mudadas, no futuro será necessário "rever o modelo".
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