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Proibição da descida de caminhões para Santos é afrouxada

09/04/2015 09h35


Diante dos impactos da paralisação parcial do porto de Santos (SP), o gabinete de solução de crise afrouxou a proibição da descida de caminhões com destino à margem direita do cais, que estava vetada desde segunda-feira, dia 6. O acesso de caminhões ao porto é o mesmo que leva à Ultracargo, interditado por conta do incêndio.

A chegada das carretas ao porto será feita pelo centro da cidade das 22h às 4h. Valerá somente para os veículos com agendamento prévio junto aos terminais.

A liberação será feita mediante a apresentação de documento comprobatório e no limite de 800 carretas. A triagem e a liberação no Sistema Anchieta-Imigrantes (que liga São Paulo ao litoral) e nos pátios reguladores de caminhões serão realizadas pela Polícia Rodoviária e pela Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes.

Na área urbana, a CET fará o controle dos comboios de caminhões. A saída dos veículos do porto ocorrerá em comboios das 9h às 17h e das 21h às 5h.

Já nas madrugadas de terça e quarta-feira, caminhões foram seletivamente liberados para sair dos pátios reguladores de Cubatão e seguirem para Santos - cerca de 200 na terça e 741 na quarta.

De acordo com o presidente da Codesp, estatal que administra o porto, Angelino Caputo, apesar da prioridade ser a extinção do incêndio, é possível flexibilizar em alguma medida a proibição de carretas na margem direita. "Estamos em pleno embarque da safra agrícola", comentou. Nessa época, descem em direção ao cais santista de 9 mil a 12 mil carretas.

O porto de Santos escoa o equivalente a 25% da balança comercial e a maioria das cargas é movimentada nos terminais da margem direita. Estão, nesse lado do cais, 46 dos 55 terminais do porto, entre eles a ADM, Louis Dreyfus, Caramuru, Rumo, Copersucar, Libra, Rodrimar, Ecoporto Santos, BTP, Marimex, Transpetro e Deicmar.

O acesso à margem esquerda (Guarujá) e o tráfego de trens nas duas margens estão liberados.

Vazamento

Técnicos de uma empresa americana chegam a Santos nesta sexta-feira para tentar solucionar os vazamentos no tanque que impedem o fim do incêndio. O incidente, que entra hoje no oitavo dia, chegou perto de acabar ontem, quando os bombeiros usaram produtos químicos de alto poder de resfriamento para combater diretamente as chamas.

Contudo, as labaredas voltaram com força no meio da tarde, depois que o "cold fire" - espuma que abafa o fogo - parou de ser jogado. Foi a primeira vez que o produto foi utilizado no combate. Ele foi importado pela Ultracargo.

"Apareceram novos vazamentos, que deram reignição, e pegou fogo novamente", explicou o coordenador estadual de Defesa Civil, José Roberto Rodrigues. Ontem pela manhã, em entrevista à imprensa, Rodrigues estava otimista porque os bombeiros tinham conseguido reduzir um dos vazamentos no tanque de álcool anidro em quase 90%.

Com esse revés, os bombeiros iniciariam a quinta-feira concentrados em resfriar os reservatórios com a água bombeada do mar. Sete rebocadores fazem o trabalho. Os bombeiros esperam o melhor momento para aplicar novamente três espumas especiais - além do cold fire, a F500 e a LGE (líquido gerador de espuma).

Cerca de 500 mil litros de LGE serão enviados de diversas partes do país para Santos pela Aeronáutica. As duas fabricantes de LGE no Estado de São Paulo estão trabalhando diuturnamente para enviar toda a produção ao combate em Santos.

A Ultracargo informou na noite de ontem que o fogo atinge um tanque com gasolina.