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Itaú Unibanco revisa projeção do PIB brasileiro de 2015

10/04/2015 14h45


O Itaú reduziu a estimativa para a atividade econômica brasileira e elevou sua previsão para a inflação neste ano. Segundo o banco, as perspectivas para a economia brasileira se deterioraram em meio às incertezas econômicas e políticas. "A divulgação do PIB do ano passado mostrou uma economia praticamente estagnada. A confiança dos empresários continua caindo em ritmo acelerado, sugerindo contração no curto prazo. Os dados do mercado de trabalho também refletem atividade fraca", afirma a instituição em relatório divulgado nesta sexta-feira.

O Itaú agora estima queda de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano. Antes, previa retração de 1,1%. Para 2016, a previsão caiu de expansão de 1,1% para 0,7%. Na mesma linha, a projeção para a taxa de desemprego subiu para 7,3% no fim de 2015 e 2016, de 6,6% e 6,7%, respectivamente.

Com a atividade mais fraca, o banco também reduziu as projeções de superávit primário para 0,8% do PIB este ano (de 0,9%), e para 1,5% do PIB no ano que vem (de 1,8%). "As revisões decorrem do impacto da queda na atividade econômica sobre as receitas cíclicas, e não de uma mudança na avaliação da postura fiscal, que segue contracionista", diz a instituição no relatório.

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano subiu de 8% para 8,2%, com a inflação dos preços livres sendo ajustada de 6,5% para 6,8%. Esse aumento também leva em conta uma reavaliação do impacto do câmbio mais depreciado e do maior custo da energia elétrica sobre alguns preços livres, diz o banco. Para os preços administrados, a projeção foi mantida em 13,1%.

Para 2016, a projeção para o IPCA seguiu em 5,5%, com variação de 6,0% nos administrados e de 5,4% nos preços livres e desaceleração da inflação dos serviços.

Juros

O Itaú não acredita que o Copom estenderá o ciclo de alta de juros para além da reunião de abril, para quando espera uma última elevação de 0,25 ponto percentual na Selic, que, assim, deve chegar ao fim de 2015 em 2015. O banco ressalta, porém, que o Copom pode optar por uma alta de 0,50 ponto. "O comportamento da taxa de câmbio continua sendo um risco para esse cenário", diz. Para 2016, a inflação mais baixa e a persistência do ajuste fiscal abrirão espaço par a uma queda na Selic, para 12%. O Itáú manteve as projeções para taxa de câmbio em R$ 3,10 por dólar no fim de 2015, e de R$ 3,40 por dólar no fim de 2016.

Em seu relatório, o banco ressaltou que os vários ajustes macroeconômicos - fiscal e parafiscal, preços administrados, meta de inflação e balanço de pagamentos - seguem avançando e os mercados passaram a precificar uma probabilidade menor de ruptura no curto prazo, refletindo os ajustes mencionados e um cenário externo mais calmo, após sinalização de uma elevação mais gradual dos juros americanos.