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Juros avançam impulsionados pela alta do dólar

13/04/2015 16h30


As taxas dos contratos futuros de juros subiram na BM&F nesta segunda-feira, impulsionadas pelo alta do dólar. Investidores aproveitaram o avanço da taxa de câmbio para recompor parte dos prêmios de risco, após o alívio verificado nas duas últimas semanas.

O DI para janeiro de 2016 avançava para 13,27% ante 13,26% do ajuste do pregão anterior, enquanto o DI para 2021, mais sensível a aversão a risco, subia para 12,57% ante 12,5% do pregão anterior.

Apesar das manifestações populares, que ocorreram no domingo em várias capitais do país, terem mostrado uma adesão menor que o último protesto registrado em 15 de março, há muitas incertezas no cenário político que trazem dúvidas sobre a implementação do ajuste fiscal. Além disso, investidores aguardam a divulgação do balanço auditado da Petrobras de 2014, que é esperado para sair até o fim de abril.

Essas incertezas sustentam os prêmios de risco nos contratos de DI. Apesar do boletim Focus nesta segunda ter mostrado uma redução da projeção para a inflação em 2015, cuja mediana das estimativas recuou de 8,20% para 8,13%, as apostas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para abril seguem divididas entre um aumento de 0,25 ponto percentual e 0,5 ponto percentual.

Em março, o IPCA acelerou a 1,32%, maior taxa para o mês em duas décadas, devido principalmente à pressão dos preços da energia, acumulando em 12 meses avanço de 8,13%. O dólar traz preocupação para a inflação, mas a perspectiva no Focus para o fim deste ano foi mantida em R$ 3,25. Para o final de 2016, os especialistas mantiveram a projeção para IPCA a 5,60%. A previsão para o dólar, também foi mantida em R$ 3,30.

Embora as dúvidas sobre a economia doméstica não tenham sido totalmente eliminadas, o risco dessas questões afetarem o rating do Brasil diminuiu significativamente. Esse ambiente abre espaço para que o investidor aproveite as altas taxas oferecidas pelo mercado de renda fixa local.

As taxas de juros dos títulos públicos iniciaram um movimento de queda há pouco mais de uma semana, em meio à leitura de que os riscos políticos diminuíram e de que o Federal Reserve será muito cauteloso no aperto monetár io por lá. Foi nesse ambiente que o juro da NTN-B 2050, que reflete mais claramente a disposição do investidor em aplicar no Brasil no longo prazo, cedeu de 6,50% - nível no qual estava estacionado há meses - para 6,11% nesta manhã.