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Petrobras brilha com rumor de venda de ativo em dia volátil na Bovespa

13/04/2015 17h40


A semana começou com intensa volatilidade na bolsa brasileira. As ações da Petrobras subiram forte ainda pela manhã com rumores sobre o balanço e de vendas de ativos, mas fecharam longe das máximas do dia. As ações da Vale voltaram a sofrer pressão vendedora após a agência S&P colocar a nota da companhia em revisão para possível rebaixamento. O setor de educação também foi alvo de vendas hoje.

O Ibovespa fechou em alta de 0,05%, aos 54.240 pontos, com volume de R$ 6,535 bilhões. Na máxima do dia, o índice alcançou os 54.866 pontos (1,20%). "O mercado começou bem o dia, mas deu sinais de indefinição à tarde. Apesar dessa alta toda em Petrobras, há muitas dúvidas em torno da companhia. E você vê outras ações importantes, como Itaú, apontando para baixo", afirma o analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo, lembrando que o índice testou e respeitou novamente uma resistência gráfica importante nos 54.500 pontos.

Petrobras ON (4,99%) e PN (3,81%) ficaram entre os maiores ganhos do índice e concentraram 25% de todo o volume negociado, com forte presença de investidores estrangeiros na compra. Além da expectativa em torno do balanço, que deve sair no fim desta semana, a notícia que fez o papel decolar hoje foi a possibilidade de venda da participação da estatal na petroquímica Braskem.

Segundo fonte ouvida pelo Valor, o desenho da operação ainda não está definido e não deve haver um desfecho muito rápido. A Petrobras não sabe se colocará à venda toda a sua fatia na Braskem ou apenas parte dela. A estatal tem 47% do capital votante e 36,1% do capital total da petroquímica.

Outra questão ainda em análise é como fica o acordo de acionistas da Braskem. A Odebrecht, controladora da petroquímica, tem direito de preferência na compra da participação da Petrobras. Porém, a expectativa é que não o exerça, já que também está às voltas com os desdobramentos da Operação Lava-Jato. As ações PNA da Braskem subiram 0,94%.

Entre as demais ações de peso do Ibovespa, todas fecharam em baixa: Vale PNA (-1,56%), Itaú PN (-0,78%), Bradesco PN (-0,22%) e Ambev ON (-0,15%).

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) colocou a nota de risco de crédito da Vale em observação com viés negativo, para possível rebaixamento, por conta da forte queda dos preços do minério de ferro nos últimos meses. O rating da companhia é "BBB+", terceiro nível do grau de investimento.

Relatório divulgado nesta segunda-feira pela S&P mostra que a sobreoferta da commodity, em meio à redução da procura pela China, derrubou a cotação do insumo acima do que se esperava. Na opinião da agência, esse desequilíbrio no mercado provavelmente vai se manter durante os próximos dois anos.

Entre as maiores baixas do dia ficaram Kroton ON (-4,83%), Estácio ON (-3,74%) e Marfrig ON (-3,33%). O Credit Suisse reduziu a recomendação para ações da Estácio de "outperform" (compra) para "underperform" (venda), mas manteve o preço-alvo em R$ 19 por ação. Os analistas Victor Schabbel e Lucas Lopes afirmaram em relatório que, após a recente alta das ações, a companhia não encontra fundamentos para novas altas, por isso a mudança na recomendação para venda. "As análises feitas pelo mercado ainda não levaram em consideração o risco crescente de geração de caixa mais fraca do setor e da própria companhia", afirmaram.

O Credit Suisse também divulgou relatório sobre a Kroton, alertando que a empresa será impactada pelas mudanças definidas pelo governo para o programa de financiamento estudantil (Fies). A instituição diz que, uma vez que o tíquete médio líquido dos estudantes que usam Fies é mais elevado do que os dos outros alunos regulares, graças à ausência de bolsas de estudo e descontos, e seus custos são ligeiramente mais baixos, levando em conta o contexto de uma inadimplência mais elevada, é esperado uma taxa de penetração que comece a cair mais acentuadamente em 2018.

Por isso, o Credit está revisando para baixo a estimativas de Ebitda em 11%, a R$ 1,9 bilhão, para incorporar o pior ambiente macroeconômico, um menor crescimento da base de estudantes, os aumentos de preços menores e margens mais baixas. Apesar disso, o banco manteve a recomendação de compra para as ações da Kroton.