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Bovespa bate nova máxima no ano, com ajuda de Petrobras e siderúrgicas

15/04/2015 17h35


A Bovespa renovou sua máxima do ano nesta quarta-feira, impulsionada pelas ações da Petrobras e das siderúrgicas Usiminas e CSN. O vencimento de opções sobre Ibovespa e índice futuro neste pregão também deu fôlego extra à bolsa brasileira.

O noticiário externo colaborou para o clima positivo no mercado doméstico. O economista da Guide Investimentos, Ignacio Crespo Rey, avalia que os sinais de desaceleração da economia chinesa e a sinalização dada hoje pelo Banco Central Europeu (BCE), de manutenção do programa de estímulos até pelo menos setembro de 2016, reforçam a já elevada liquidez de recursos nos mercados mundiais, o que tende a favorecer os investimentos em mercados emergentes.

Porém, o economista reconheceu que o Brasil ainda não está conseguindo aproveitar plenamente a liquidez global devido a questões locais. "Enquanto as questões internas não forem resolvidas, o Brasil receberá um fluxo menor." Entre elas, Rey cita o balanço da Petrobras como uma das mais relevantes. "A Petrobras está afetando bastante a percepção de risco do estrangeiro em relação ao Brasil."

O Ibovespa fechou em alta de 1,74%, aos 54.918 pontos, com volume de R$ 11,682 bilhões. Com o avanço de hoje, a bolsa brasileira já acumula ganho de 9,73% neste ano, sendo que apenas em abril, o índice subiu 7,28%.

Petrobras ON (7,87%) e PN (6,72%) figuraram entre as maiores altas do índice no dia, ao lado das siderúrgicas CSN ON (8,56%) e Usiminas PNA (7,33%). Fora do índice, Usiminas ON (13,98%) também mereceu atenção.

Aos poucos, as dúvidas em torno da Petrobras parecem próximas de serem respondidas. A estatal confirmou nesta semana que divulgará o balanço auditado de 2014 no próximo dia 22. Também ganham força no mercado as especulações sobre possíveis ativos da estatal candidatos à venda. O Valor apurou que, dentro do programa de desinvestimento de até US$ 13,7 bilhões entre 2015 e 2016, a Petrobras incluiu reservas do pré-sal. A empresa decidiu colocar blocos de boa qualidade no pacote para torná-lo mais atraente para os investidores.

O mercado também considera muito provável que o governo promova alguma mudança no regime de partilha do pré-sal, para livrar a Petrobras da obrigatoriedade de participar com pelo menos 30% em cada poço perfurado. A empresa não teria condições de cumprir com essa determinação, avaliam analistas.

Já a alta das siderúrgicas foi provocada por uma decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A xerife do mercado concluiu que a compra da participação da Previ na Usiminas pela Ternium, anunciada em outubro do ano passado, obriga a empresa do grupo ítalo-argentino Techint a realizar uma oferta pública (OPA) para adquirir todas as ações ON da Usiminas em circulação no mercado. A Ternium disse que vai recorrer da decisão.

A CSN, que possui participações de 14,13% nas ações ON e de 20,69% nas ações PNA da Usiminas, acaba sendo beneficiada indiretamente da decisão, por isso suas ações pegaram carona na alta dos papéis da concorrente. "A CSN pode se beneficiar no caso de um prêmio ser pago pelos 14% de participação que detém" nas ordinárias, avalia o Credit Suisse em relatório.

Na ponta negativa da bolsa ficaram Kroton ON (-1,65%) e ações de empresas exportadoras - Fibria ON (-0,98%) e Embraer ON (-0,62%) - que sentiram o novo recuo do dólar frente ao real.