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PF ouve mulher de tesoureiro do PT

15/04/2015 09h05


Além da prisão preventiva de João Vaccari Neto, a Polícia Federal (PF) também cumpre na manhã desta quarta-feira, na 12ª fase da operação Lava-Jato, um mandato de condução coercitiva da mulher do tesoureiro petista, Giselda Rousie de Lima.

Na condução coercitiva, a pessoa é obrigada a prestar depoimento.

Giselda está sendo ouvida a respeito de um depósito de R$ 400 mil em sua conta por uma empresa controlada pelo empresário Cláudio Mente, apontado pelo doleiro Alberto Youssef como um dos operadores do esquema de pagamento de propinas a funcionários da Petrobras. Vaccari alegou que o dinheiro era proveniente de um empréstimo para a compra de um imóvel, quitado pouco depois.

Preso nesta manhã em sua casa em São Paulo, Vaccari será encaminhado para Curitiba (PR), onde estão concentradas as ações relacionadas ao esquema de desvio bilionário da Petrobras.

Vaccari é alvo de um mandado de prisão preventiva, o que significa que ficará preso por tempo indefinido.

Além dos mandados contra o tesoureiro petista e sua mulher, a PF ainda cumpre um mandado de busca e apreensão e outro de prisão temporária, cujo alvo não foi divulgado. Todas as ordens judiciais são cumpridas na capital paulista.

No fim de março, o juiz federal Sérgio Moro acatou denúncia contra Vaccari e outras 26 pessoas, incluindo o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e executivos de empreiteiras envolvidos no esquema investigado por meio da Lava-Jato. O tesoureiro foi apontado por delatores ouvidos pela Justiça como a pessoa encarregada de recolher propinas das empresas para o PT.

No último dia 9, ao prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Câmara dos Deputados para apurar o caso, o petista negou todas as acusações e afirmou que todas as doações recebidas por seu partido foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral.

Vaccari é réu pelas acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, crimes que, juntos, preveem pena de mais de 20 anos de prisão.

*Especial para o Valor