Vaccari está envolvido com lavagem de dinheiro há 10 anos, segundo MPF
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso na manhã desta quarta-feira durante a 12ª fase da operação Lava-Jato, estaria envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro desde 2004, segundo o Ministério Público Federal (MPF). A Procuradoria cita como exemplo o envolvimento de Vaccari com denúncias de 2004 envolvendo o Bancoop, cooperativa criada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo.
De acordo com as investigações, depoimentos dos delatores, materiais apreendidos pela PF e operações suspeitas envolvendo os familiares de Vaccari demonstram que supostas doações eleitorais esconderiam um processo de lavagem de dinheiro que teria durado de 2004 a pelo menos 2014. Foram esses indícios que levaram o juiz Sergio Moro a decretar a prisão do tesoureiro do PT. A defesa de Vaccari, no entanto, argumenta que em 2004 ele ainda não era tesoureiro do partido.
Sobre as doações que teriam sido arrecadadas para o PT ao longo desse período, a Procuradoria diz que não é possível determinar em valores quanto teria sido fruto de doações espontâneas ao partido e quanto seria fruto de propina disfarçada como doação.
Depoimento
Vaccari deve prestar depoimento à Polícia Federal amanhã. Ele está sendo aguardado na sede da PF em Curitiba, onde deve chegar até o início da tarde.
Também devem prestar depoimento amanhã os três ex-deputados presos durante a operação Lava-Jato: André Vargas (ex-deputado pelo PT), Luiz Argôlo (SDD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE).
Segundo os investigadores, Vaccari foi preso quando se preparava para sair para se exercitar e usava roupas de ginástica no momento. Ele estava tranquilo e não esboçou reação.
A mulher de Vaccari, Giselda Rose de Lima, prestou depoimento à PF em sua própria casa, durante o cumprimento de um mandado de condução coercitiva. Segundo a polícia, no entanto, o depoimento não apresentou novidades.
(*Especial para o Valor)
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